Economia

Amortizações no crédito à habitação dispararam nos primeiros três meses do ano

A ajudar à decisão esteve o facto do Governo ter incluído no pacote Mais Habitação um incentivo às amortizações do crédito à habitação. Desde o final de Novembro que a lei permite esses pagamentos sem que sejam cobrados impostos ou comissões.

Loading...

O receio é legítimo e, com a subida acentuada dos juros nos últimos meses, muitas famílias fizeram as contas e optaram por amortizar o seu empréstimo à habitação. Em muitos casos, isso foi feito recorrendo a pequenas poupanças em depósitos a prazo de muito pouco rendimento. Nos primeiros três meses do ano, as amortizações dispararam, numa subida de 70% face ao mesmo período de 2022.

Ou seja, até março as famílias pagaram antecipadamente 2,6 mil milhões de euros. Em 2022, o valor ficou pelos 1,5 mil milhões de euros.

A ajudar à decisão esteve o facto do Governo ter incluído no pacote Mais Habitação um incentivo às amortizações do crédito à habitação. Desde o final de Novembro que a lei permite essas amortizações sem pagamento de impostos ou comissões.

O diploma determina a isenção da comissão de 0,5% e do imposto de selo que são habitualmente cobrados pelos bancos no processo de amortização antecipada de crédito. A medida destina-se a contratos indexados às taxas variáveis e não estabelece um limite para o valor em dívida.

Com este movimento por parte do mercado, o montante total de empréstimos concedidos pelos bancos para compra de habitação, na maioria indexados à Euribor, sofreu uma redução durante o primeiro trimestre de 2023 em cerca de 2,4 mil milhões de euros.

Os bancos consideram normal este comportamento dos clientes, sendo natural que perante o atual contexto de subida das taxas de juro e os incentivos concedidos para a amortização antecipada do crédito à habitação, as famílias procurem as opções que são mais favoráveis aos seus interesses e às suas possibilidades".