O crédito à habitação vai subir já em setembro, sobretudo, para os casos indexados à Euribor a 12 meses e que sejam revistos nesse mês. A avaliação da Deco revela que, apesar deste agravamento, a taxa Euribor está no caminho da estabilização.
O aumento das prestações do crédito à habitação será uma realidade ainda em setembro, mas os sinais dão conta de um abrandamento e até estabilização. É o que revela a simulação da DECO.
"A de três meses ainda mantém uma tendência de subida, embora mais ligeira face ao mês de julho. A de seis meses, essa subida está a ser muito ténue, estando a estabilizar. No caso da Euribor a 12 meses, vem numa tendência de decréscimo, ou seja, de descida, face ao mês de julho. Isto é a primeira vez que a Euribor, nomeadamente a de 12 meses, apresenta esta tendência", explica Elisabete Policarpo, jurista da DECO.
Enquanto esta realidade se mantiver, quem tem, por exemplo, um empréstimo à habitação de 150 mil euros a 30 anos, com a taxa Euribor a 12 meses e um spread de 1%, verá a prestação mensal aumentar 231 euros já no próximo mês.
Quando o aumento da taxa Euribor estabilizar, os clientes vão sentir a diferença no débito mensal para a habitação, mas isso só deverá acontecer em 2024 e dependerá do Banco Central Europeu (BCE).
"Ainda vai-se verificar um aumento e um agravamento da situação financeira das famílias, nomeadamente com as taxas de esforço a aumentar porque ainda não há um reflexo das descidas", acrescenta a responsável da DECO.
Caso o valor do acréscimo seja já incomportável para as famílias, a DECO sugere que se dirijam ao banco que concedeu o crédito, de forma que a se encontrem soluções prévias ao aumento.