Economia

"As reformas que temos não chegam para nada": como é que os reformados olham para o aumento das pensões

As pensões vão subir, em média, 6,2%. O valor exato que cada reformado vai receber ainda não está definido porque depende da inflação registada no final de novembro, mas Medina garantiu que as pensões mais baixas, até aos mil euros brutos, são as que vão ter um aumento próximo deste 6,2%.

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O anúncio de Fernando Medina, na apresentação do Orçamento do Estado para 2024, sobre o maior aumento de sempre nas pensões previsto para o próximo ano não convenceu o País na totalidade.

No Mercado de Portalegre, há quem desconfie da medida.

"As reformas que nós temos não chegam para nada. Reformas de 400, 500 ou 300 euros, o que é que isto dá?", desabafa Maria Olinda, reformada, a meio das compras, sublinhando que "os grandes, quem recebe muito, tem um aumento grande. Quem recebe pouco, não se nota nada, vem ao mercado e fica-se sem nada na mesma".

E, por isso, compra-se menos e a cidade alentejana não é exceção. Desde que os preços começaram a subir que a procura nunca mais foi a mesma.

“Essas pessoas, normalmente só a partir do dia em que recebem é que começam a levar. Tirando isso, levam meio quilinho aqui, meio quilinho ali”, conta uma comerciante.

Outra comerciante lança uma crítica: “Os que têm as reformas grandes, os aumentos são para esses. Mas esses nunca vêm ao mercado comprar. A minha mãe tem uma reforma de 200 e poucos euros, vai levar um aumento de 6%, sabe fazer contas? Não dá para a medicação, quanto mais para o lar”.

Um aumento ainda assim superior à inflação prevista para este ano, de 4,6%, e para o próximo de 2,9%.

As pensões vão subir, em média, 6,2%. O valor exato que cada reformado vai receber ainda não está definido porque depende da inflação registada no final de novembro, mas Fernando Medina, na apresentação do Orçamento do Estado, garantiu que as pensões mais baixas, até aos mil euros brutos, são as que vão ter um aumento próximo deste 6,2%.

Significaria um aumento de 31 euros numa reforma de 500 euros. Uma subida de quase 50 euros para quem recebe agora 800 e de 62 euros numa pensão de mil euros.

Valores brutos antes de impostos, pois é preciso ter em conta os descontos para o IRS.