Mais de 900 lesados do BES pedem que o julgamento de Ricardo Salgado tenha caráter de urgência. Alguns dos 65 crimes pelos quais o antigo banqueiro está acusado prescrevem entre agosto de 2024 e março de 2025.
O processo decorre há quase dez anos e a decisão instrutória aconteceu no passado mês de julho. O julgamento deverá começar em 2024, após Helena Susano, que integrava o coletivo e juízes do processo BES, ser substituída, depois de apresentar um pedido de escusa.
Com a demora do processo, mais de 900 lesados do BES, com estatuto de vitimas, sentiram-se obrigados a pedir ao tribunal que o julgamento de Ricardo Salgado tenha caráter de urgência.
Com receio que o processo se estenda e, com isso, o risco de prescrição de alguns dos 65 crimes de que é acusado, como, por exemplo, os crimes de falsificação de documento e de infidelidade, que prescrevem entre agosto de 2024 e março de 2025.
No requerimento entregue ao tribunal, os mais de 900 lesados relembram que o estatuto de vítima especialmente vulnerável reconheceu-lhes "o direito a obter uma decisão relativa dentro de prazo razoável", pelo que pedem que o processo seja acelerado.
A decisão instrutória de julho determinou que Salgado vai a julgamento acusado de 65 crimes, entre os quais associação criminosa, corrupção ativa, falsificação de documento, burla qualificada e branqueamento, que terá causado prejuízos superiores a 11 mil milhões de euros.