A oposição prepara-se para aprovar o aumento extraordinário das pensões na votação na especialidade do Orçamento do Estado do próximo ano. O PS propõe mais 275 euros para os pensionistas a partir de janeiro.
A alteração é contra a vontade do Governo, que defende um suplemento extra apenas se as condições económicas e financeiras o permitam. Os socialistas dizem que custa 265 milhões de euros e insistem que está dentro da margem orçamental.
"Havendo condições financeiras", segundo Hugo Soares, "o Governo propõe-se a pagar um bónus suplementar extraordinário às pensões em Portugal", sendo isto uma "posição prudente e cautelosa". Já "o aumento permanente que o Partido Socialista quer fazer não se coaduna com esta cautela e prudência", contrastou o líder parlamentar do PSD, Hugo Soares.
"O que não estamos a fazer é comprometermos já com um aumento extraordinário em cima do novo aumento que nós propomos", desatacou Hugo Soares, frisando que "no próximo Orçamento do Estado, as pensões de todos os portugueses, designadamente, as mais baixas vão ser aumentadas nos termos da lei".
Por seu lado, a líder parlamentar do PS, Alexandra Leitão, concordou que "naturalmente" o aumento extra das pensões tem impacto, mas é "calculado, responsável e sustentável".
"A nossa proposta é um aumento previsível, estável e mensal, com o qual as pessoas sabem que podem contar".
E acrescentou:
"O Partido Socialista entra na especialidade deste Orçamento com total noção de responsabilidade e com o compromisso que assumiu para com os portugueses, que é os 0,3% de excedente que o Governo nos apresentou como seu objetivo", constatou Alexandra Leitão.
Para o líder parlamentar do PSD, "a questão das pensões é uma questão justa para os pensionistas".
"Do nosso ponto de vista, era melhor ser cauteloso e responsável. O Partido Socialista e o Chega assumem as consequências", apontou Hugo Soares.
O executivo aguarda resposta da Unidade Técnica de Apoio Orçamental sobre o impacto da proposta do PS nas contas públicas.