A SIC falou com um padre que é acusado de abusos sexuais em Joane, uma vila em Famalicão. Fernando Sousa e Silva garante que está inocente e que é vítima de uma calúnia.
O caso foi tornado público no ano passado. Os alegados abusos foram abafados durante décadas e terão acontecido no confessionário. As vítimas acusam o padre de fazer perguntas obscenas durante as confissões e de nalguns casos avançar com gestos invasivos.
Em 1999 soaram as primeiras denúncias, mas só 20 anos mais tarde, em 2019, foi apresentada uma queixa formal.
Assim que o caso ganhou dimensão mediática, a arquidiocese de Braga fez um ato de contrição público, na voz do arcebispo, que celebrou uma missa e pediu desculpa às vítimas e admitiu que a Igreja falhou.
Acusado de desvalorizar a situação, D. Jorge Ortiga, arcebispo entre 1999 e 2021, veio assegurar que entregou tudo o que tinha à comissão de menores e adultos vulneráveis da arquidiocese em outubro.
O padre em questão, Fernando Sousa e Silva, foi afastado de todas as funções, mas continua a viver numa casa atrás da Igreja. Começou por recusar falar com a SIC, mas acabou por responder a algumas questões para dizer que está inocente.
“Tenho indicação de que a autoridade da Igreja é que faz declarações”, começou por dizer.
O jornalista da SIC questionou o padre se está proibido de falar sobre o assunto, ao que este respondeu: “Não, não estou proibido, estou recomendado. Gosto de ser dócil às indicações que me dão”.
Questionado sobre se toma ou não uma posição sobre o assunto, afirmou que se trata de “uma injustiça, uma calúnia e a seu tempo as coisas vão parecer claras, mais nada”.
A SIC questionou a arquidiocese de Braga sobre quantas denúncias recebeu referentes a este padre e se as mesmas foram enviadas à comissão independente. Até ao momento da transmissão desta reportagem não houve resposta.