Abusos na Igreja Católica

Entrevista SIC Notícias

Padre tenta entregar-se, mas não é recebido: "Será este o sistema de Justiça que Portugal precisa?"

Análise de José Brissos Lino, coordenador do Instituto Cristianismo Contemporâneo Universidade Lusófona, ao caso do padre que se tentou entregar na PGR, mas não foi recebido.

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José Brissos Lino, coordenador do Instituto Cristianismo Contemporâneo Universidade Lusófona, considera que a hierarquia da Igreja no Funchal devia estar mais atenta a casos de abuso sexual. Declarações depois de vir a público que um padre, Anastácio Alves, se tentou apresentar na PGR para ser constituído arguido, mas não foi recebido.

No Jornal das 10 da SIC Notícias, deu o exemplo de um padre da Madeira que foi condenado por matar um jovem com quem mantinha uma relação homossexual e fugiu para o Brasil.

"A Madeira tem um precedente, devia procurar abrir os olhos à hierarquia da Igreja no Funchal".

Sobre Anastácio Alves, realça que há queixas desde 2007. Qual foi a atitude do bispo na altura? Mandou-o para o estrangeiro, conta.

"Uma pessoa que tem um problema psicológico e comportamental deste género é alguém que não é por mudar para a cidade A ou cidade B que muda esse padrão. É alguém que precisa de ser tratado, de ser confrontado com a situação e alguém que, confirmados os crimes, tem de ser levado à justiça", defende o responsável.

"Enquanto português acho que o cidadão comum está de boca aberta perante esta situação. Como é que é possível? Foi feito um mandado internacional de captura para esta pessoa, esteve fugido durante vários anos, foi condenado à revelia e agora o homem aparece com os advogados, vai-se apresentar na procuradoria e eles dizem que tem de se apresentar é no Funchal".

José Brissos Lino condena a atuação da Justiça neste caso:

"Como é que os portugueses encaram isto? E ele tivesse assassinado uma pessoa? Será este o sistema de Justiça que os portugueses querem e o Portugal precisa?".