O bispo do Porto, D. Manuel Linda, reconheceu esta quarta-feira que o pedido de perdão às vítimas de abusos sexuais na Igreja Católica "não chega", "nem apaga os atos hediondos do passado".
"Sei que o pedido de perdão às vítimas, não chega, não resolve, nem apaga os atos hediondos do passado. Não obstante, é o mínimo que, neste momento, posso fazer, mais uma vez, em nome desta Diocese do Porto", disse num comunicado.
Na declaração divulgada no site da Diocese do Porto, o bispo afirmou que não se pode “aceitar que os comportamentos de alguns clérigos ponham em causa os mais básicos valores da fé cristã”.
D. Manuel Linda reconheceu que os "atos absolutamente hediondos e inqualificáveis" têm de ser combatidos e prometeu que tudo fará "para punir e pôr cobro a este flagelo".
"Mesmo que, por vezes, no passado, não tenha utilizado a linguagem mais apta para exprimir o que sinto e penso, tudo farei para punir e pôr cobro a este flagelo. Nós, homens e mulheres da Igreja, que entregámos a nossa vida para servir o próximo, não podemos aceitar que os comportamentos de alguns clérigos ponham em causa os mais básicos valores da fé cristã."
No final de 2022, D. Manuel Linda foi criticado por ter desvalorizado as denúncias de abusos sexuais de menores. Chegou a afirmar que não eram crime público, o que o levou, mais tarde, a pedir perdão às vítimas.
A reação surge agora após a Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica ter divulgado que terá havido "no mínimo" 4.415 vítimas.
