O diretor-geral da Organização Internacional para as Migrações afirma que o Afeganistão não pode ficar sem ajuda humanitária. Além do conflito, o país atravessa também uma crise humanitária em que mais de 10 milhões de pessoas vivem em insegurança alimentar.
“Cerca de um terço da população do Afeganistão está em insegurança alimentar, isto é não sabe se vai comer amanhã. Isto significa um Portugal inteiro, mais de 10 milhões de pessoas, estão em insegurança alimentar”, explica António Vitorino.
Perante a situação que se vive no Afeganistão, o diretor-geral alerta que “não se pode cometer o mesmo erro” que se cometeu na crise na Síria.
“Uma coisa é a discordância política que possa existir com as autoridades que estão presentes em Cabul, outra coisa é ignorar a sorte das pessoas que estão entregues a si próprias. E por isso a ajuda humanitária tem que ser mantida”, afirma.
A Organização Internacional para as Migrações aguarda agora que o Governo seja formado e que “seja possível com ele dialogar”, de forma a “verificar se estão criadas ou não as condições” para se realizarem novas missões humanitárias “e voltar a prestar o auxilio de que as populações afegãs tanto carecem”.
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