O líder supremo dos Talibã pediu ao Governo de Cabul que respeite a Sharia, o regime jurídico do Islão, uma das mais rígidas e violentas do mundo.
A Sharia compila várias regras como execuções públicas, apedrejamentos, amputações e punições com chicotadas. As mulheres são as mais punidas, cujos direitos serão removidos.
Numa primeira mensagem ao mundo desde o regresso dos Talibã ao poder no Afeganistão, o líder do regime de estudantes de Teologia, pede ao ministro do novo executivo, que siga o sistema legal baseado no Corão.
No texto conhecido esta terça-feira, Akhundzada desafiou os compatriotas a não abandonarem o país. Porém, mais de 120.000 partiram para o exílio nas últimas semanas. Aos países vizinhos, prometeu relações fortes e saudáveis.
A composição do novo Governo indicia o regresso do regime repressivo. O primeiro-ministro designado para governar o Afeganistão é Muhammad Akhund, um dos fundadores da organização.
O ministro do Interior é procurado pelo FBI, que oferece uma recompensa de mais de 4 milhões de euros pela sua captura. FBI considera que Haqqani mantém pelo menos um refém americano, segundo a agência Associated Press.
Um porta-voz do Departamento de Estados dos Estados Unidos sublinhou que o Governo de Cabul é composto exclusivamente por ministros Talibã ou de aliados e que não há mulheres no Executivo, como o grupo tinha prometido.
Washington confirma que continuam as negociações com os Talibã, mas o único tema da agenda é a retirada de mais de 100.000 norte-americanos que permaneceram no Afeganistão.
Alguns países ponderam o reconhecimento do Governo Talibã, como é o caso da China, Paquistão, Irão, Qatar e a Turquia, onde existe uma representação diplomática.
ÚLTIMAS NOTÍCIAS SOBRE AFEGANISTÃO:
- "Julgaremos os talibãs pelos atos e não pelas palavras", diz responsável norte-americano
- Ministro do Interior talibã do Afeganistão é procurado pelo FBI
- Afeganistão: Mohammad Hassan Akhund é o chefe do novo Governo talibã
- Afeganistão: Talibãs dispersam manifestantes que exigiam mais direitos para as mulheres
- Talibãs disparam contra centenas de pessoas que se manifestavam em Cabul
- "Talibãs estão muito longe de assegurar uma vida estável e segura no Afeganistão"