Aumento dos casos de sarampo, má nutrição em toda a população infantil e ressurgimento da poliomielite. O sistema de saúde do Afeganistão está a entrar em colapso e a fome já afeta nove em cada 10 pessoas.
Os alertas sucedem-se e abreviam-se antes da chegada do Inverno. A seca é apenas um dos fatores para um cenário de fome generalizada. Com a perda de empregos, a subida dos preços e a crise monetária que sobrevieram ao regresso dos talibã, 95% dos que vivem no Afeganistão não vão ter o suficiente para comer, asseguram os responsáveis da ONU.
A subnutrição potencia e agrava doenças. Algumas estavam praticamente erradicadas do Afeganistão. A fuga de médicos e enfermeiros vai ampliar a dificuldade de acesso a cuidados de saúde.
Depois de visitar um hospital em Cabul, o diretor-geral da OMS encontrou-se com responsáveis do governo talibã e advoga a necessidade de haver diálogo de forma a apoiar o povo afegão.
Vários países estabeleceram contactos com os talibã, sobretudo para organizar a retirada de pessoas do país e assegurar ajuda humanitária a civis, mas nenhum Governo reconheceu formalmente o Executivo de transição.
Em busca de reconhecimento internacional, os talibã tinham pedido para serem autorizados a falar na Assembleia-Geral da ONU, mas tal foi recusado com o argumento de que o comité de acreditação só volta a reunir-se em novembro.
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