O primeiro-ministro vai ter de responder a 100 perguntas sobre o processo de Tancos, por decisão do juiz Carlos Alexandre. António Costa tem 15 dias para responder por escrito.
No questionário feito pelo juiz Carlos Alexandre, a que a SIC teve acesso, pode ler-se que o chefe do Governo é questionado se antes do assalto aos Paióis Nacionais de Tancos tinha conhecimento das condições físicas e seguranças daquelas instalações militares? Logo a seguir, é perguntado a António Costa sobre a hora e o dia em que soube do assalto.
Entre muitas outras coisas, o magistrado quer saber que conversas teve com Azeredo Lopes sobre e aparecimento das armas. O magistrado quer saber se foi o chefe do Estado Maior, o ministro da Defesa ou até mesmo o então diretor da Polícia Judiciária Militar que o informou.
As questões sucedem-se mas é sobre a investigação que a Polícia Judiciária Militar fez à revelia do Ministério Público que o magistrado é mais incisivo. Quer saber, por exemplo, se o primeiro-ministro soube dos encontros entre Azeredo Lopes e o então diretor da Polícia Judiciária Militar.
E se foi informado dos documentos que Luís Vieira, então director da PJM, entregou no Ministério da Defesa. Nomeadamente o memorando, a fita do tempo do achamento das armas e uma cópia de um despacho do Ministério Público que estava em Segredo de Justiça.
O juiz refere ainda uma ordem que Azeredo Lopes terá dado ao seu chefe de gabinete para que entregasse cópias destes documento ao primeiro-ministro. Quer ainda saber se António Costa os recebeu.
São 100 perguntas que Carlos Alexandre faz a António Costa por escrito e pede que o primeiro-ministro responda sob juramento.
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