O inspetor-chefe da polícia Judiciária foi ouvido esta segunda-feira no Tribunal de Santarém e acusou a Judiciária Militar de ter dificultado a investigação ao roubo das armas de Tancos.
José Luís Pereira revelou que durante quase 5 horas a Polícia Judiciária ficou à porta do local onde foram levadas as armas de Tancos.
"Fui barrado à entrada do campo militar de Santa Margarida. Cheguei ao meio dia e só entrei às 16h30. A ideia que tenho é que o coronel Luís Vieira (ex-diretor da PJM) deu ordem para não entrarmos", explicou.
O investigador da PJ é também o responsável pelas buscas e reconstituições no processo de Tancos e durante a audição deixou críticas à atuação da PJM.
"Faziam-nos chegar informações a conta-gotas ou de forma parcial. Por vezes até teve de ser o DIAP a insistir para que dessem informações. Houve uma série de atritos. A PJM nunca acolheu de bom grado a atribuição da investigação à PJ", disse ainda.
Ao tribunal, o inspetor-chefe relatou uma quebra de confiança com a Judiciária Militar mas negou a existência de uma guerra entre as polícias.
- Militar da GNR nega acordo com autor confesso do assalto em Tancos
- O depoimento de António Costa no julgamento de Tancos
- Tancos. Investigador da PJ Militar admite que mentiu sobre a chamada anónima que levou às armas roubadas
- Tancos. Advogado diz que processo devia ter mais arguidos
- Julgamento do caso Tancos. Ex-ministro da Defesa diz que não detetou ilegalidades