Ataque no Centro Ismaili

Ataque ao Centro Ismaili: o relato (impressionante) de um sobrevivente

Os sobreviventes e testemunhas foram esta segunda-feira ouvidos em tribunal sobre o ataque no Centro Ismaili, em Lisboa, em março de 2023. Relataram como conseguiram escapar de Abdul Bashir.

Polícias junto ao Centro Ismaili, em Lisboa, após ataque
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Os sobreviventes e testemunhas do ataque no Centro Ismaili, em Lisboa, falaram esta segunda-feira de manhã em tribunal. Descreveram ao pormenor o que aconteceu e como conseguiram escapar ao atacante que matou duas pessoas. Uma das testemunhas diz que não conseguiu prestar auxilio a uma das mulheres que acabou por morrer, mas chamou os policias que travaram o ataque. São relatos impressionantes.

Na sala de audiências cheia, ouviram-se os relatos que descreveram detalhadamente o que aconteceu em março de 2023.

Uma das testemunhas falou logo ao inicio da manhã. Contou que naquele dia esteve perante Abdul Bashir. Ao fugir do homem, passou por uma sala onde já estava sentada no chão, agarrada à garganta, Mariana, uma das vítimas mortais. Relatou que lhe pediu ajuda, mas assustada, não conseguiu prestar auxílio.

Em minutos, encontrou uma porta aberta no edifício e foi até à segurança social a poucos metros chamar os polícias que ali estavam. Foram os agentes que conseguiram o ataque.

As palavras são dos sobreviventes e ecoam perante a presença também de Abdul Bashir.

Está acusado de 11 crimes, entre eles dois de homicídio agravado e seis de homicídio agravado na forma tentada.

A defesa e o Ministério Público já pediram que fosse considerado inimputável. Aguardam por mais uma perícia médico-legal.

O homem de 30 anos de origem afegã decidiu falar na primeira sessão. Alegou legitima defesa por acreditar que existia um plano para o matarem.

Está diagnosticado com esquizofrenia e perturbação de personalidade. Desde que chegou, em 2021, a Portugal que era acompanhado no programa de acolhimento de refugiados no Centro Ismaili.

Abdul Bashir continua internado preventivamente no hospital psiquiátrico prisional de Caxias a aguardar decisão do tribunal.

As alegações finais estão previstas para o próximo mês.