Caso Galamba

Atuação do SIS: as (três) conversas entre Marcelo e a "entidade oficial" Costa

O Presidente da República esclareceu, em parte, que foi com o primeiro-ministro que falou sobre os incidentes no Ministério das Infraestruturas, sem contudo o nomear.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa
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Marcelo Rebelo de Sousa garantiu esta tarde à SIC que António Costa foi, até agora, a única pessoa com quem falou sobre a intervenção do SIS para recuperar o computador do ex-adjunto Frederico Pinheiro. O Presidente da República disse ainda à SIC que a conversa com o primeiro-ministro foi presencial e que só ocorreu a 2 de maio, horas antes de João Galamba ter apresentado o pedido de demissão.

A 2 de maio, António Costa saiu da primeira audiência presencial com o Presidente da República, depois de ter rebentado o caso do computador do adjunto de Galamba. Nesse dia, à frente das câmaras dos jornalistas, o primeiro-ministro cumpriu a promessa feita a Marcelo Rebelo de Sousa: ligar ao ministro das Infraestruturas, antes de entrar no carro, a pedir-lhe para apresentar a carta de demissão por exigência do Presidente da República.

Na audiência que tinha acabado de terminar, Costa explicou a Marcelo a intervenção do SIS para recuperar o computador levado do ministério pelo adjunto Frederico Pinheiro.

Ou seja, foi o primeiro-ministro a única entidade com quem o Presidente garante ter falado sobre o envolvimento das secretas no caso.

O Presidente admite que a conversa só tenha acontecido seis dias depois dos incidentes porque existe uma regra de não falarem de serviços secretos ao telefone. Esse encontro entre ambos foi o primeiro, apesar de já ter dito que foi informado antes.

Marcelo e Costa referem-se à noite dos acontecimentos a 26 de abril. Não falaram do SIS, mas esta semana, na Feira do Livro, o Presidente deixou a dúvida ainda por esclarecer sobre a diferença entre a conversa de dia 26, a informação oficial de 29 e a conversa presencial no dia 2, sempre com o mesmo interlocutor que, entretanto, confirmou também numa nota à agência Lusa. Mas sem nunca explicitar o nome em público.

A única certeza é que o Presidente da República continua inflexível a exigir a cabeça de João Galamba. No dia 4 de maio, Marcelo disse que o ministro deveria sair do Governo e prometeu vigilância mais apertada a partir daí.