Cimeira do Clima

Cimeira do Clima deixa uma grande pegada ecológica

A conferência para o clima, que termina hoje em Bona, na Alemanha, gaba-se de ser a mais ecológica de todas as realizadas, mas tem uma grande fatura ambiental, com a grande movimentação de pessoas e utilização de imensos recursos.

Participantes na Cop23
Participantes na Cop23
Oliver Berg / AP

As medidas para diminuir o impacto ecológico na COP23 são percetíveis no dia-a-dia da conferência: parte das instalações são temporárias, muitos menus são de produção local e ecológica, havendo também a opção vegetariana, e foram distribuídas garrafas entre os participantes para que as possam encher com água da torneira, disponível em muitas fontes.

Todos os documentos aprovados na conferência são divulgados de forma digital, e não através de fotocópias, há muitos caixotes de lixo diferenciado pelas instalações e os participantes podem utilizar gratuitamente o transporte público, incluindo autocarros elétricos e híbridos, assim como 600 bicicletas para deslocações dentro do recinto da conferência.

"Todos os aspetos ambientais essenciais da conferência foram tidos em conta e as suas repercussões ambientais foram minimizadas na medida do possível. A conferência deve implicar o menor número de emissões possível", garantiu o Ministério do Ambiente alemão.

O Governo alemão, que destinou 117 milhões de euros à organização da COP23, tentou que toda a organização e concretização deste enorme evento cumpra a certificação ambiental europeia EMAS, um dos conjuntos de regras mais restrito nesta área.

"A conferência de Bona deve fixar os padrões ambientais para os grandes acontecimentos futuros", segundo o Ministério do Ambiente.

O Governo alemão contratou uma consultora especializada para que faça a estimativa das emissões totais produzidas pela conferência, um trabalho que será divulgado nos próximos dias.

Compensar a pegada ecológica com outros projetos de proteção do ambiente

A conferência de Bona, como sucedeu com as suas mais recentes antecessoras, pretende recorrer aos mercados de emissões para compensar financeiramente o dióxido de carbono emitido para a atmosfera devido à sua realização.

"As emissões contaminantes deveriam ser evitadas na medida do possível. Aquelas que são inevitáveis serão compensadas através de projetos acreditados de proteção do clima", assegura o Ministério.

25 mil pessoas de 193 países durante duas semanas em Bona

A conferência acolheu durante duas semanas mais de 25 mil pessoas, entre delegados governamentais e representantes de empresas e organizações não-governamentais dos 193 estados membros da ONU, a maior parte dos quais viajou até à cidade alemã de avião ou de carro.

Também teve impacto ambiental na construção, manutenção e climatização das instalações provisórias, "autênticas cidades de barracões" de metal e madeira com uma dimensão total de 55 mil metros quadrados, o equivalente a oito campos de futebol.

Lusa