Consulta aberta

Abriu a época dos piolhos: o perigo de recorrer a mezinhas

Estamos no regresso às aulas e arrisco dizer que para muitos pais passar três horas em supermercados a escolher estojos e mochilas é um sonho quando comparado com o telefonema da escola a dizer que um filho está com piolhos.

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Estamos no regresso às aulas e arrisco dizer que para muitos pais passar três horas em supermercados a escolher estojos e mochilas é um sonho quando comparado com o telefonema da escola a dizer que um filho está com piolhos.

Os piolhos, uns parasitas pequeninos e sem asas, geram aquilo a que chamamos de pediculose. São uma espécie de inquilinos que decidem alojar-se no nosso couro cabeludo.

Como as rendas no cabelo ainda não subiram tanto como em Lisboa e no Porto, para eles é um ótimo sítio para viverem. Tal como no mercado imobiliário em que cada vez mais pessoas se movem dos centros urbanos para a periferia das cidades, também os piolhos podem migrar do couro cabeludo para o corpo, as pestanas ou a região púbica.

Apesar de não terem asas e não voarem, transmitem-se principalmente pelo contacto próximo entre cabelos, ou através da partilha de objetos infectados, como gorros, bonés ou escovas.

Uma relação tóxica

É um problema que afeta maioritariamente crianças mas que também pode afetar adultos.

Instalam-se na nossa cabeça porque precisam de um hospedeiro para completar o seu ciclo de vida. Visto assim até soa romântico, mas na verdade é uma relação tóxica que só traz benefícios a um dos lados enquanto o outro se sente mal ou até consumido.

O principal sintoma é a comichão intensa, que acontece por uma reação alérgica à saliva que injetam no couro cabeludo enquanto se alimentam. Pode demorar até algumas semanas para aparecer, e havendo comichão e coçando intensamente a pele, podem surgir pequenas feridas. Para além disto tudo, os piolhos são visíveis, pelo que perante sintomas, o diagnóstico faz-se rapidamente observando o couro cabeludo.

8 a 12 ovos por dia

Estima-se que um piolho deposite de 8 a 12 ovos por dia, as conhecidas lêndeas, umas bolinhas branquinhas que identificamos frequentemente quando tentamos remover piolhos. Ao fim de 7 a 10 dias, destes ovinhos nascem novos piolhos, que chegam à idade adulta ao fim de três semanas, estando preparados para lançar mais ovos.

Agora, aquilo que todos queremos saber é se há alguma forma de prevenir a infestação por piolhos, sem ser a solução catastrófica que passa pela cabeça dos pais quando o filho aparece cheio de piolhos em casa: rapar-lhe o cabelo .

O principal é evitar contacto próximo com quem tem piolhos, para isto pode ser útil não partilhar escovas, bonés, chapéus, ou outros objetos que estejam em contacto com o cabelo.

E não caia no erro de achar que os piolhos são sinal de falta de higiene, porque na verdade eles até aderem melhor aos cabelos limpos e sem gordura e resíduos. Ainda assim, este não é um motivo para deixar de lavar o cabelo, basta estar atento e ir avaliando se há ou não lêndeas ou piolhos.

Mas afinal qual é o tratamento mais eficaz? Veja o vídeo da Consulta Aberta desta semana e descubra também o perigo de recorrer a algumas mezinhas.