Coronavírus

Restrições nas celebrações religiosas são decisão da Igreja

Primeiro-ministro reuniu-se com o Cardeal Patriarca de Lisboa.

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A Igreja Católica não esperou pela declaração do estado de emergência para adotar medidas face à propagação do novo coronavírus em Portugal.

A 13 de março, a Conferência Episcopal Portuguesa determinou a suspensão de todas as missas, em todo o país, assim como da catequese e outras reuniões, recomendando que fossem seguidas indicações das dioceses referentes a sacramentos ou outros atos de culto, enquanto não fosse "superada a atual situação de emergência".

Casamentos e batizados foram adiados e procuraram-se soluções alternativas, através da Internet, da televisão e da rádio, para que os fiéis pudessem continuar a seguir celebrações religiosas. Foi assim durante a Páscoa. Agora que o Governo prepara o levantamento de restrições e a abertura de alguns setores da sociedade, António Costa quis conversar com o Cardeal Patriarca de Lisboa sobre as medidas adotadas pela Igreja Católica.

No final da reunião, que durou cerca de uma hora, no Seminário dos Olivais, em Lisboa, o primeiro-ministro disse que as decisões sobre o retomar das missas e quando e como podem vir a ser praticados os atos religiosos cabem aos responsáveis pela Igreja Católica - à semelhança de quando foi para determinar a suspensão - mas avisou que, mesmo com mais abertura, "não é o momento ainda para baixar a guarda" e regras de higiene e distanciamento terão que ser tidas em conta.

António Costa apela ao "bom senso" e realça aliás que o que ouviu foi que "a Igreja continuará a ser um exemplo e uma referência na forma de celebração". O "diálogo", como fez questão de descrever o encontro, serviu para discutir como se deve "compatibilizar a celebração da fé com as regras da proteção social que devemos todos manter para continuar a travar esta pandemia" e fez questão de anunciar que, depois da Igreja Católica, irá também conversar com líderes de outras confissões religiosas em Portugal.

Com a entrada no mês das celebrações marianas, com a peregrinação ao Santuário de Fátima, mesmo que o país não esteja em estado de emergência, o primeiro-ministro adianta que os fiéis estão cientes de que não haverá 13 de maio como habitualmente este ano, até porque o bispo de Leiria-Fátima já tomou "decisões" nesse sentido.

"É o momento para manter, com grande rigor e disciplina, aquilo que temos feito, de contenção, de afastamento social. E só assim, depois começarmos a ver como, gradualmente, poderemos começar a aliviar estas medidas de contenção", afirmou António Costa.