Coronavírus

Governo defende menos carga letiva no ensino superior

Secretário de Estado afimra que pandemia veio mostrar que é possível ensinar com menos carga letiva, que é "excessiva" em Portugal.

Governo defende menos carga letiva no ensino superior
FRIEDEMANN VOGEL

Os alunos do ensino superior devem passar a ter menos carga letiva, defendeu esta quarta-feira o secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, lembrando que "Portugal tem uma das maiores cargas horárias semanais".

Em entrevista à Fórum Estudante, o secretário de Estado João Sobrinho Teixeira apontou como um dos impactos da pandemia da covid-19 no ensino superior a perceção de que é possível ensinar com menos carga letiva, que classificou de "excessiva"

Desde 16 de março que todos os estabelecimentos de ensino em Portugal estão de portas encerradas, para tentar conter a disseminação do novo coronavírus, e na maior parte dos casos as aulas presenciais foram substituídas por aulas à distância.

Hoje, o governante lembrou que "Portugal tem uma das maiores cargas horárias por semana" e que a imposição de isolamento social veio trazer um "abanão às aulas presenciais".

Para Sobrinho Teixeira deve passar a haver "menor carga letiva" e as escolas devem começar a "trabalhar com os estudantes recorrendo a outras ferramentas", num ensino também baseado em projetos.

O desafio é conseguir ensinar "de uma forma mais eficaz para que os nossos estudantes possam aprender".

"Já foi aberto um concurso com fundos comunitários para que esta nova noção de aprendizagem possa ser implementada", afirmou o secretário de Estado, considerando que este desafio é independente daquilo que venha a ser o impacto futuro da covid-19.

Com menor carga letiva, também os professores do ensino superior podem ficar com mais tempo para a investigação.

Na próxima semana, as aulas presenciais no ensino superior vão começar a ser retomadas gradualmente, com destaque para as aulas práticas, que estiveram praticamente suspensas no último mês e meio.

Muitas instituições vão continuar a desenvolver ensino à distância e só "no final de maio e inicio de junho irão retomar a atividade presencial", acrescentou o governante.

Sobre as aulas presenciais para os cursos mais práticos, como os de medicina ou enfermagem, Sobrinho Teixeira garantiu que "felizmente os cursos de saúde em Portugal têm uma grande componente prática e muitos dos estudantes já cumpriram o número de aulas práticas recomendadas" internacionalmente.

No entanto, o governante assegurou que o objetivo continua a ser o de complementar com mais formação prática.

Mais 25 mortes e 183 casos de Covid-19 em Portugal

A Direção-Geral da Saúde (DGS) anunciou esta quarta-feira a existência de 973 mortes e 24.505 casos de Covid-19 em Portugal.

O número de óbitos subiu, de ontem para hoje, de 948 para 973, mais 25 - uma subida de 2,6% -, enquanto o número de infetados aumentou de 24.322 para 24.505, mais 183, o que representa um aumento de 0,7%.

O número de casos recuperados subiu de 1.357 para 1.470.

Portugal vai terminar no sábado, 02 de maio, o terceiro período de 15 dias de estado de emergência, iniciado em 19 de março, e o Governo deverá anunciar na quinta-feira as medidas para continuar a combater a pandemia.

Mais de 217 mil mortos e mais de três milhões de infetados em todo mundo

A pandemia de covid-19 já matou 217.439 pessoas e infetou 3.104.330 em 193 países, desde que surgiu em dezembro na cidade chinesa de Wuhan, segundo um balanço da AFP às 11:00.

Pelo menos 859.100 pessoas foram consideradas curadas pelas autoridades de saúde.

Os Estados Unidos, que registaram a primeira morte ligada ao coronavírus no final de fevereiro, lideram em número de mortos e casos, com 58.355 e 1.012.583, respetivamente. Pelo menos 115.936 pessoas foram declaradas curadas pelas autoridades de saúde nos Estados Unidos.

Depois dos Estados Unidos, os países mais afetados são Itália, com 27.359 mortos para 201.505 casos, Espanha com 24.275 mortos (212.917 casos), França com 23.660 mortos (168.935 casos) e Reino Unido com 21.678 mortos (161.145 casos).

A China (excluindo os territórios de Hong Kong e Macau), onde a epidemia começou no final de dezembro, contabilizou 82.858 casos (22 novos entre terça-feira e hoje), incluindo 4.633 mortos (nenhuma nova) e 77.578 curados.

O Chade anunciou na terça-feira os primeiros mortos ligados ao vírus no seu território.

Até às 11:00 de hoje, a Europa totalizou 129.723 mortos para 1.431.470 casos, Estados Unidos e Canadá 61.284 mortos (1.062.398 casos), América Latina e Caraíbas 9.827 mortos (189.199 casos), Ásia 8.376 mortos (213.792 casos), Médio Oriente 6.587 mortos (164.629 casos), África 1.526 mortos (34.786 casos) e Oceânia 116 mortes (8.057 casos).

A AFP alerta que o número de casos diagnosticados reflete apenas uma fração do número real de infeções, já que um grande número de países está agora a testar apenas os casos que requerem atendimento hospitalar.