Ana Jacinto, secretária geral da AHRESP, Associação da Hotelaria, Restauração e Similares, diz que não sabe qual será o impacto das novas restrições no setor, mas sabe que será "um impacto grande".
"O que nós sabemos é que mesmo antes destas medidas terem impacto, o setor já estava com dados muito preocupantes."
A secretária geral da AHRESP divulga os resultados de um inquérito realizado, ainda antes das novas medidas restritivas, onde 41% das empresas de restauração e bebidas não têm condições para continuar a funcionar, cerca de 43% tiveram quebras homólogas superiores a 60%, em relação ao mês de outubro do ano passado, e 47% das empresas já fez despedimentos.
"Nós compreendemos as medidas restritivas, (...) agora o que nós dizemos é que é preciso equilibrar estas medidas com medidas compensatórias."
Para Ana Jacinto as "medidas que têm vindo a ser implementadas são curtas e insuficientes para fazer face ao grande impacto" no setor.
A AHRESP preparou um programa de emergência, explica Ana Jacinto, na sequência dos resultados do inquérito, onde são propostas "cerca de 10" medidas, que passam por isenções ao nível das rendas, moratórias de impostos, apoio a fundo perdido, descida do IVA na alimentação e extensão do lay off simplificado.
"Temos empresas completamente encerradas há mais de oito meses."
Ana Jacinto, com base nos dados do mês de outubro, diz que há "muitos empresários a dizer que não conseguem voltar a pôr a máquina a trabalhar" a não ser que seja possível "apoiar estas empresas de forma robusta".
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