A ministra da Saúde admite que a situação nos cuidados intensivos é complexa e grave. Marta Temido garante que é possível duplicar o número de camas nestas unidades, mas que a resposta a outras doenças pode ficar seriamente comprometida.
Com mais de 500 doentes covid nos cuidados intensivos, a ministra da Saúde garante que, se for preciso, o número de camas disponíveis pode quase duplicar.
"Hoje, no limite máximo, poderíamos expandir para cerca de mil camas aquilo que é a resposta à covid. Mas este número é já com prejuízo da resposta a outras áreas de atividade", disse em entrevista à Renascença e ao Público.
"Destas mil, só estão excluídas aquelas que são resposta a cuidados intensivos coronários, queimados, neonatologia, muito pouca coisa. É preciso que se tenha esta perceção. Nós neste momento estamos numa situação complexa, grave e que exige uma gestão diária".
Marta Temido diz que já foram feitos acordos no Norte e em Lisboa e Vale do Tejo para ir buscar camas aos privados, mas é diferente no caso dos cuidados intensivos.
"O setor privado e social, segundo os dados que foram disponibilizados pela entidade reguladora da saúde, tem cerca de 112 camas de UCI, portanto compreendemos aquilo que são as limitações que temos".
A ministra da Saúde lembra que dezembro será um mês muito difícil e não descarta a possibilidade de haver um confinamento mais severo. Marta Temido explicou ainda que, afinal, a vacina da gripe é apenas para quem tem critérios para a tomar.
"Nós já vacinámos cerca de 1,5 milhões de pessoas. Estamos ainda com cerca de 300 mil doses em stock e estamos a receber esta semana mais 200 mil doses".
Vacinas que, segundo a ministra, serão distribuídas até ao final da primeira semana de dezembro.
*Imagens Renascença/Público
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