António Diniz, pneumologista e membro do Gabinete de Crise da Covid-19 da Ordem dos Médicos, teme que o Serviço Nacional de Saúde não tenha capacidade de resposta para o aumento de novos casos.
“Se nós virmos, por exemplo que, em vez dos 2,5% dos casos que terminam nos cuidados intensivos, se fizermos uma conta por baixo e calcularmos 1,5%, só decorrente destes dois dias nós iremos ter, daqui a sete ou 10 dias, qualquer coisa como 300 internamentos em cuidados intensivos”, calcula o António Diniz.
O pneumologista explica que os números desta quinta-feira acabam com o argumento de que os novos casos registados esta quarta-feira resultam de um acumulado.
“Poderia haver alguma dúvida em relação ao dia de ontem [quarta-feira]. Podia-se dizer que nos dias anteriores houve um menor número de casos e, portanto, parte deles transitariam para ontem [quarta-feira]. Mas a verdade é que com os números de hoje [quinta-feira], esse argumento já não pode, já não deve ser utilizado”, disse ainda.
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