Os hospitais da zona de Lisboa estão a adiar cirurgias e exames para poderem aumentar a capacidade de resposta aos doentes infetados pelo novo coronavírus. A ocupação dos cuidados intensivos está a aproximar-se do limite.
Para além da covid-19, também a vaga de frio está a fazer subir o fluxo nas urgências e os internamentos, sobretudo devido a problemas respiratórios. Alguns hospitais estão a ficar com pouca margem de manobra.
O Amadora-Sintra chegou a ter as duas urgências – covid-19 e não-covid – lotadas. Esta quinta-feira, a situação melhorou durante a tarde: havia três camas disponíveis nos cuidados intensivas dedicadas ao novo coronavírus e pouco mais de 20 em enfermaria.
Em comunicado, o hospital diz que não está em situação de rutura e que até continua a receber doentes de outros locais. Mas já está a prever dias complicados devido à subida de casos em Lisboa. Para dar resposta, aumentou o número de camas para covid-19 e garante que tem equipamentos de ventilação disponíveis.
Em Loures, o hospital Beatriz Ângelo tinha, até esta quinta-feira de manhã, 117 internados com covid-19 – o que representa o número mais alto em dez dias. A enfermaria está lotada e há apenas uma vaga nos cuidados intensivos.
A Administração Regional de Saúde (ARS) de Lisboa e Vale do Tejo está a recorrer a protocolos para desviar doentes, aliviando os hospitais. Nos próximos dias vão ficar disponíveis mais 30 camas no centro de apoio militar de Belém. Também o hospital das Forças Armadas já tem 20 doentes covid-19 internados.
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