Os hospitais de Coimbra já alargaram em quatro vezes a capacidade para receber doentes covid-19. Mesmo assim, apenas restam três camas livres. Para aliviar a pressão, foi criada uma unidade de retaguarda hospitalar que começou a funcionar esta segunda-feira.
O primeiro paciente chegou da Figueira da Foz. O objetivo desta unidade é trazer algum alívio aos hospitais de região que estão a atingir o limite de capacidade para doentes covid-19.
Já com espaços idênticos a funcionar em quase todo o país, esta resposta só agora abre portas em Coimbra. A demora foi causada pela dificuldade em contratar profissionais de saúde que garantam a assistência.
Instalada no antigo hospital Militar, a unidade tem 31 camas e está previsto que durante o primeiro dia de funcionamento receba mais oito doentes covid-19 que estão internados no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Os hospitais têm, neste momento, um nível de ocupação a cima dos 99%.
O plano de contingência destes hospitais tinha previsto, para a pior fase da pandemia, 90 camas em enfermaria para doentes infetados pelo novo coronavírus. Atualmente estão abertas 370 e há apenas três camas livres. A capacidade não esgota simplesmente por que alargada a cada dia, o que acontece à custa de cortes nos cuidados hospitalares a doentes não-covid-19.
Também o Centro Hospitalar de Leira atravessa uma situação semelhante: das 202 camas para doentes covid-19 há apenas uma disponível.
Já nos cuidados intensivos, os hospitais da região centro conseguiram um ligeiro alívio nas últimas 24 horas, tendo cinco camas livres.
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