Uma sobrecarga na rede de oxigénio que serve os doentes covid-19 do Hospital Fernando Fonseca obrigou à transferência, até às 03:00 desta quarta-feira, de pelo menos 40 doentes. Nas próximas horas deverão ser transferidos mais doentes, num total de 48 pessoas, que não estavam internados em cuidados intensivos.
Estas transferências acontecem de forma a evitar qualquer falha no seu tratamento e para aliviar a pressão na rede de oxigénio do hospital, que sofreu problemas na terça-feira depois de uma sobrecarga devido ao número elevado de doentes internados.
Estes doentes serão distribuídos pelo Hospital Santa Maria, pelo Hospital das Forças Armadas, Hospital de Setúbal e Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental.
O Amadora-Sintra é um dos hospitais, neste momento, com maior número de doentes covid-19 internados: até esta quarta-feira a unidade hospitalar contava com 363 internados covid, dos quais 50 a necessitar de ventilação não invasiva.
"EM MOMENTO ALGUM ESTEVE COLOCADA EM CAUSA A SEGURANÇA DESTES DOENTES"
O enfermeiro-diretor do Hospital Amadora Sintra confirmou na terça-feira à noite que houve efetivamente uma falha na rede de oxigénio, o que obrigou à transferência de doentes para vários hospitais da região de Lisboa.
Rui Santos disse que "em momento algum" esteve em causa uma rutura na rede de fornecimento de oxigénio do hospital. Garantiu também que não houve uma falta de oxigénio na mesma rede.
"Em momento algum esteve colocada em causa a segurança destes doentes."
HOSPITAL TEM EM CURSO UM CONJUNTO DE OBRAS PARA REFORÇO DA REDE DE FORNECIMENTO DE OXIGÉNIO
Segundo a nota, o "HFF tem já em curso um conjunto de obras para reforço da rede de fornecimento de oxigénio. Está em curso um reforço da rede de gases medicinais que serve esta unidade, designadamente as áreas das enfermarias, serviços de urgência, unidades de cuidados intensivos, entre outras".
"Na semana passada foi instalada uma nova rede de oxigénio na Torre Amadora para reforço da rede já existente, visando a manutenção de fluxos e estabilização da rede de oxigénio", referiu o documento citado pela Lusa.
Segundo o hospital, teve igualmente início "os trabalhos para a instalação de um novo tanque de oxigénio que funcionará em paralelo com o existente. Esta nova infraestrutura, que se estima ficar concluída dentro de três semanas, vai dar resposta a eventuais necessidades de aumento do consumo".
Além disso, de acordo com a nota, tiveram também já início os trabalhos de instalação de uma rede redundante na Torre Sintra, que tal como a rede redundante instalada na outra torre irá reforçar a rede de gases medicinais já existente.
Adicionalmente, segundo o hospital, vai também ser instalado um tanque de oxigénio para alimentar em exclusivo a área dedicada a doentes respiratórios do Serviço de Urgência e que ficará independente da rede principal do Amadora-Sintra.
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