Coronavírus

Vacina russa. Falta de transparência e contradições levantam dúvidas sobre a Sputnik V

José Milhazes considera que a vacina russa "deve ser tida em conta no panorama internacional" de combate à pandemia.

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Foi publicado, esta terça-feira, um artigo científico na revista The Lancet onde se apresentam os dados referentes aos ensaios clínicos da vacina russa Sputnik V. Segundo o artigo, a fase 3 dos testes conclui que este fármaco tem uma eficácia da vacina de 91,6%.

José Milhazes, comentador da SIC Notícias, lembra que este não é a primeira publicação sobre os ensaios clínicos desta vacina. No início de setembro foi publicada, na mesma revista, um outro artigo que foi alvo de críticas por parte dos especialistas ocidentais, principalmente devido à falta de dados e ao facto de terem sido ultrapassadas etapas necessárias.

“Este artigo tenta tapar as falhas da anterior publicação. Ou seja, provar com mais etapas, com mais pessoas a serem vacinadas, a qualidade desta vacina”, afirma o comentador na Edição da Tarde.

A Sputnik V pode ter algumas vantagens em relação às vacinas ocidentais já apresentadas: as doses são mais baratas e as condições de transporte e de conservação são também mais fáceis. No entanto, José Milhazes destaca que as contradições e a falta de transparência por parte das autoridades russas estão a causar dúvida sobre a vacina.

“Esta trapalhada em volta da vacina russa deve-se a uma coisa vergonhosa que estamos a ver em todo o mundo que é uma autêntica corrida à vacina por parte das farmacêuticas ocidentais e, neste caso, da Rússia e da China para conseguirem o maior mercado possível”, afirma.

O comentador sublinha que a Sputnik V "é uma vacina válida, que deve ser tida em conta no panorama internacional e que pode ser um grande contributo para o combate à pandemia".