Coronavírus

Universidade de Oxford investiga hipótese de se misturar vacinas diferentes contra a covid-19

Para fazer frente a uma eventual interrupção do fornecimento e estar apenas uma vacina disponível ou se não se souber qual foi dada na primeira dose.

William Shakespeare, de 81 anos, foi o segundo britânico a receber a vacina da Pfizer/BioNTech contra a covid-19 a 8 de dezembro, no Hospital Universitário de Conventry.
William Shakespeare, de 81 anos, foi o segundo britânico a receber a vacina da Pfizer/BioNTech contra a covid-19 a 8 de dezembro, no Hospital Universitário de Conventry.
Reuters

A Universidade de Oxford lançou um estudo para determinar se misturar duas doses de diferentes vacinas contra a covid-19 mantém a eficácia de proteger a população ou até mesmo confere uma maior proteção contra o SARS-CoV-2.

O principal objetivo é o de conseguir uma maior flexibilidade nos planos de vacinação nacionais de forma a fazer frente a uma eventual interrupção do fornecimento, no caso de apenas uma vacina estar disponível ou se não se souber qual foi dada na primeira dose.

"Se conseguirmos provar que as vacinas podem ser usadas alternadamente, tal aumentará muito a flexibilidade da sua distribuição", explica em comunicado o investigador de Oxford responsável pelo ensaio, professor Matthew Snape.

Os cientistas têm boas razões para acreditar que esta abordagem pode ser benéfica - por exemplo, alguns programas de imunização contra o Ébola envolvem a mistura de diferentes vacinas para melhorar a proteção.

Mais de 800 voluntários britânicos com mais de 50 anos

Este estudo, inédito a nível mundial, conta com a participação de 820 voluntários com mais de 50 anos e utilizará a combinação das duas vacinas atualmente utilizadas em território britânico: a da Pfizer/BioNTech e a da AstraZeneca/Oxford.

Será avaliada também a eficácia da proteção consoante o intervalo entre as duas doses: vai ser testado um intervalo de quatro semanas entre as duas injeções, que é o atualmente recomendado, e um intervalo de 12 semanas, que seria interessante para que mais pessoas fossem imunizadas mais depressa.

Os cientistas querem também avaliar a eficácia desta conjugação de vacinas sobre as variantes do novo coronavírus.

O estudo completo só estará concluído dentro de 13 meses, mas os cientistas contam poder anunciar as primeiras descobertas até junho deste ano.

Mais de 2,2 milhões de mortos no mundo

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.253.813 mortos resultantes de mais de 103,8 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Os países mais afetados continuam a ser os Estados Unidos, o México e o Brasil .

Em Portugal, morreram 13.257 pessoas dos 740.944 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Links úteis

Mapa com os casos a nível global