A Universidade de Oxford lançou um estudo para determinar se misturar duas doses de diferentes vacinas contra a covid-19 mantém a eficácia de proteger a população ou até mesmo confere uma maior proteção contra o SARS-CoV-2.
O principal objetivo é o de conseguir uma maior flexibilidade nos planos de vacinação nacionais de forma a fazer frente a uma eventual interrupção do fornecimento, no caso de apenas uma vacina estar disponível ou se não se souber qual foi dada na primeira dose.
"Se conseguirmos provar que as vacinas podem ser usadas alternadamente, tal aumentará muito a flexibilidade da sua distribuição", explica em comunicado o investigador de Oxford responsável pelo ensaio, professor Matthew Snape.
Os cientistas têm boas razões para acreditar que esta abordagem pode ser benéfica - por exemplo, alguns programas de imunização contra o Ébola envolvem a mistura de diferentes vacinas para melhorar a proteção.
Mais de 800 voluntários britânicos com mais de 50 anos
Este estudo, inédito a nível mundial, conta com a participação de 820 voluntários com mais de 50 anos e utilizará a combinação das duas vacinas atualmente utilizadas em território britânico: a da Pfizer/BioNTech e a da AstraZeneca/Oxford.
Será avaliada também a eficácia da proteção consoante o intervalo entre as duas doses: vai ser testado um intervalo de quatro semanas entre as duas injeções, que é o atualmente recomendado, e um intervalo de 12 semanas, que seria interessante para que mais pessoas fossem imunizadas mais depressa.
Os cientistas querem também avaliar a eficácia desta conjugação de vacinas sobre as variantes do novo coronavírus.
O estudo completo só estará concluído dentro de 13 meses, mas os cientistas contam poder anunciar as primeiras descobertas até junho deste ano.
- GSK e CureVac vão trabalhar juntas numa vacina única contra o novo coronavírus e variantes
- Vacina russa Sputnik V com 91,6% de eficácia contra a covid-19
- Mais de 100 milhões de doses de vacinas administradas em todo o mundo
- Governo aguarda por mais informação sobre eficácia de vacina AstraZeneca em idosos
- Agência Europeia do Medicamento dá "luz verde" à vacina da AstraZeneca/Oxford para a covid-19
Mais de 2,2 milhões de mortos no mundo
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.253.813 mortos resultantes de mais de 103,8 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Os países mais afetados continuam a ser os Estados Unidos, o México e o Brasil .
Em Portugal, morreram 13.257 pessoas dos 740.944 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Links úteis
- Atualização semanal da execução do Plano Nacional de Vacinação contra a covid-19
- Universidade de Oxford - dados sobre evolução das vacinas contra a covid-19
- Bloomberg - listagem que permite seguir o número de vacinas já administradas no mundo
- Especial sobre o novo coronavírus / Covid-19
- Covid-19 DGS/Ministério da Saúde - mapa dos números
- Covid-19 DGS - relatórios de situação diários
- Linha SNS24
- Direção-Geral da Saúde (DGS)
- Organização Mundial da Saúde (OMS)
- ECDC - Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças
- London School of Hygiene & Tropical Medicine (gráfico que mostra o progresso dos projetos de vacina)