Coronavírus

Agência Europeia do Medicamento dá "luz verde" à vacina da AstraZeneca/Oxford para a covid-19

É a terceira vacina com recomendação para autorização no bloco comunitário.

A Agência Europeia do Medicamento (EMA) recomendou hoje a comercialização da vacina da farmacêutica britânica AstraZeneca e da Universidade de Oxford para a covid-19 nos países da União Europeia para maiores de 18 anos.

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Após esta recomendação, o último passo para que a vacina possa ser de facto administrada é a aprovação pela Comissão Europeia.

O regulador da UE aprovou já as vacinas da Pfizer/BioNTech e da Moderna.

Ensaios clínicos com 24 mil pessoas em quatro países

"Os resultados combinados de quatro ensaios clínicos no Reino Unido, Brasil e África do Sul mostraram que a vacina contra a covid-19 da AstraZeneca foi segura e eficaz na prevenção do covid-19 em pessoas a partir dos 18 anos de idade".

Estes ensaios clínicos envolveram cerca de 24 mil pessoas no total, sendo que metade recebeu a vacina e a outra metade recebeu um placebo.

A EMA garante que "a segurança da vacina foi demonstrada nos quatro estudos".

Duas questões por resolver com a vacina AstraZeneca/Oxford

Este medicamento está no entanto envolto em duas polémicas, uma diz respeito ao fornecimento à UE e a segunda concerne a faixa etária a quem dar a vacina.

A Alemanha considera que a só deve ser administrada a menores de 65 anos, devido a uma alegada falta de dados sobre a sua eficácia nas pessoas com uma idade superior, tendo chegado hoje a dizer que esperava que a EMA aprovasse a vacina produzida pela AstraZeneca mas com "restrições" em termos etários, o que acabou por não acontecer.

Em comunicado, a EMA reconhece que, nos vários ensaios levados a cabo, participaram sobretudo pessoas com idades compreendidas entre os 18 e 55 anos, e não há ainda resultados suficientes nos participantes com mais de 55 anos para avaliar com rigor a eficácia da vacina acima desta faixa etária, mas argumenta que, "no entanto, é esperada proteção, já que se verifica uma resposta imunitária neste grupo etário e com base na experiência com outras vacinas".

"Uma vez que existe informação fiável sobre segurança [da vacina] nesta população, os peritos científicos da EMA consideraram que a vacina pode ser utilizada em adultos mais velhos", indica a agência, acrescentando que é aguardada "mais informação de estudos em curso, que incluem uma maior proporção de participantes mais idosos".

Menos doses para a UE

Quanto à distribuição, o laboratório britânico recentemente anunciou que não irá cumprir o fornecimento das doses contratualizadas com a UE, o que desencadeou a reação da Comissão Europeia.

A AstraZeneca mostrou-se esta sexta-feira disponível para fornecer mais oito milhões de doses da vacina contra a covid-19 à União Europeia no primeiro trimestre do ano.

Uma oferta considerada insuficiente pela União Europeia, já que fica muito aquém dos montantes acordados inicialmente. Estavam prometidas 100 milhões de doses para o primeiro trimestre deste ano, mas a farmacêutica já avisou que nem metade vai conseguir entregar.

Terceira vacina recomendada na União Europeia

Esta é a terceira vacina que a EMA recomenda a utilização na União Europeia, sendo que as vacinas da Pfizer/BioNTech e da Moderna já têm autorização da Comissão e estão a ser inoculadas na população europeia.

A do consórcio Pfizer-BioNTech começou a ser administrada em 27 de dezembro em Portugal e em outros países europeus, a que se seguiu a da Moderna.

O regulador europeu tem abertos, desde 1 de dezembro de 2020, processos de revisão em tempo real das vacinas da farmacêutica Janssen, filial da norte-americana Johnson & Johnson, e desta hoje aprovada que foi desenvolvida pela Universidade de Oxford e pela farmacêutica britânica AstraZeneca.

VEJA TAMBÉM:

Quase 2,2 milhões de mortos e mais de 101 milhões de infetados a nível mundial

A pandemia de covid-19 já fez pelo menos 2.191.865 mortos resultantes de mais de 101.436.360 de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Pelo menos 61.581.300 doentes foram considerados curados desde que a pandemia foi declarada em março de 2020.

Os países que registam mais mortos são os Estados Unidos, com 3.949 novas mortes, o México (1.506) e o Brasil (1.386).

Links úteis

Mapa com os casos a nível global