O ministro de Estado e da Economia admitiu esta quarta-feira que há condições para desconfinar de forma suave, antes mesmo da páscoa. No entanto, Pedro Siza Vieira não adiantou datas específicas ou atividades que vão reabrir numa primeira fase.
"Os especialistas disseram que há condições para se fazer alguma coisa antes da Páscoa. O quê e a que ritmo, é que é uma decisão que ainda não foi tomada."
As declarações do ministro foram feitas no final da reunião da concertação social, onde o Governo ouviu os parceiros sobre o desconfinamento.
Sem avançar com datas, o ministro sublinhou apenas que o processo tem de ser gradual e progressivo, dependente da incidência de casos de covid-19 por zona geográfica.
Na elaboração do plano de desconfinamento, o Governo terá em conta as recomendações epidemiológicas, económicas e sociais que tem recebidos dos especialistas, partidos políticos e, esta quarta-feira, dos parceiros sociais.
"Estamos a ouvir o mais possível para recolher opiniões, para tomar uma decisão, que, em última análise, será política", afirmou Siza Vieira.
Segundo o ministro, este "é um exercício difícil" e acrescentou que "a grande dificuldade tem a ver com o facto de que não há regras e certezas absolutas para agir".
Plano de desconfinamento em Portugal. O que já se sabe
O Governo está a ultimar o plano de reabertura do país, que vai ser anunciado esta quinta-feira. Tem recolhido o contributo de partidos, patrões e sindicatos que pedem cuidado, mas também rapidez no desconfinamento.
O plano de desconfinamento deverá começar pelas escolas, primeiro com as creches e pré-escolar (que deverão reabrir já na próxima semana), numa reabertura que deverá ser acompanhada por testes em massa e pela vacinação dos professores contra a covid-19.
Deve haver também um alívio nas restrições em algum comércio, mas os restaurantes não deverão abrir até maio. Abrem as livrarias e não há ainda uma decisão sobre os cabeleireiros.
O Conselho de Ministros realiza-se esta quinta-feira, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa. A SIC sabe que os membros do Governo já receberam as fundamentações científicas, apresentadas no Infarmed, para terem como base para as medidas que vão ter de aprovar.