Bruno Silva Santos, vice-diretor do Instituto de Medicina Molecular, diz que a imunidade de grupo na União Europeia pode ser atingida nos próximos meses. Prevê que aconteça em setembro.
"A tão desejada imunidade de grupo na União Europeia está a alguns meses de distância", afirma, apontando para setembro, se não houver "mais restrições no acesso às vacinas".
17% da população portuguesa terá desenvolvido anticorpos
O Instituto de Medicina Molecular desenvolveu, no início de março, um Painel Serológico Longitudinal covid-19 para avaliar a evolução da percentagem de anticorpos existente na população portuguesa. Esta investigação partiu do Painel Serológico Nacional, um estudo desenvolvido entre setembro e outubro e que contou com 13 mil participantes.
A percentagem estimada de população portuguesa que terá anticorpos para a covid-19 é de 17%. Este valor inclui a população que desenvolveu anticorpos de forma natural - que corresponde a 13% - e os indivíduos que receberam a vacina.
O investigador principal do estudo explica que foram analisadas a proporção de pessoas infetadas com covid-19 e que desenvolveram anticorpos e os dados da vacinação.
"Um ano inteiro de pandemia, que nos custou 17 mil vidas, dois confinamentos gerais e encargo de economia, traduziu-se apenas nessa imunidade", disse, acrescentando que "falta um longo período".
Em entrevista na SIC Notícias, esclarece que a vacinação "já permitiu mais impacto na imunidade" do que a infeção por covid-19 num ano inteiro.
Sobre a vacinação, explica que permite níveis de anticorpos "muito semelhantes" à da infeção natural: "É um instrumento seguro e eficaz para nos dar proteção".
Imunidade "é mais duradora do que se pensava inicialmente"
Bruno Silva Santos salienta ainda que 94% das pessoas que testaram positivo em setembro continuam imunes e com os mesmos níveis de anticorpos.
"É mais duradora do que se pensava inicialmente", afirma, referindo-se à imunidade.