Coronavírus

Autoridades de saúde avançam com testagem intensiva para conter pandemia em Lisboa

O grupo etário entre os 18 e os 40 é o que regista maior número de infeções na capital.

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As autoridades de saúde e a Câmara Municipal de Lisboa reuniram-se, este domingo, para definir a estratégia de contenção da covid-19 na região de Lisboa e Vale do Tejo. Com a capital perto da linha vermelha de 120 casos por 100 mil habitantes, o Ministério da Saúde quer aumentar a testagem nos concelhos da Grande Lisboa, principalmente nas pessoas entre os 18 e os 40 anos.

Os alvos da testagem intensificada serão as escolas secundárias, as universidades, as residências universitárias e empresas com mais de 250 trabalhadores. Locais onde vive, trabalha ou estuda o grupo etário entre os 18 e os 40 - aquele que regista maior número de infeções em Lisboa.

A testagem tem registado mínimos nacionais de 35 mil testes por dia, quando no pico da pandemia chegou aos 97 mil diários.

As autoridades de saúde têm dificuldade em testar, rastrear e impor isolamentos em meio universitário. Muitos estudantes recusam colaborar, mesmo quando se trata de surtos em residências.

O Índice de transmissibilidade tem subido a norte, no centro, no Alentejo, mas acima de tudo, desde o início do mês, em Lisboa e Vale do Tejo. Uma subida que não se tem refletido nos internamentos e mortes.

O reforço da testagem avançará primeiro em Lisboa, estendendo-se depois a outros sete concelhos: Loures, Oeiras, Amadora, Sintra, Almada, Cascais e Vila Franca de Xira.

Casos de covid-19 em Lisboa quase duplicaram na última semana

Na última semana os casos de covid-19 na região de Lisboa quase duplicaram. A taxa de incidência é agora de 118 casos por cem mil habitantes, muito próximo da linha vermelha dos 120 estabelecida pelo governo.

A Direção-Geral de Saúde não tem certezas sobre se os festejos do Sporting potenciaram a subida de casos. A análise preliminar feita aos dados da saúde publica de Lisboa, que rastreia todos os casos positivos, mostra que há, de facto, infetados com origem nos festejos dos leões, mas há também pequenos surtos em escolas, empresas e ajuntamentos como festas de aniversário, casamentos e batizados – sem qualquer tipo de relação com a festa do campeonato.

Olhando para os cinco concelhos vizinhos de Lisboa, Loures é o que tem a taxa de incidência mais baixa, com 37 casos por cem mil habitantes. Segue-se Amadora com 39. Oeiras é o concelho que menos cresceu nos últimos sete dias e tem 48 casos por cem mil habitantes, menos de metade dos registados em Lisboa.

Quanto ao perfil dos casos positivos da capital, a grande maioria tem entre 20 e 40 anos e vive no centro da cidade. Um terço é estrangeiro. Muitos não têm cartão de utente, o que poderá dizer que não são residentes no país.