A decisão, anunciada no domingo, anunciava uma crise diplomática entre Portugal e Espanha. As autoridades espanholas passavam a exigir na entrada do país por terra o mesmo que exigem por via aérea e marítima, ou seja, um teste negativo à covid-19, o certificado de vacinação ou uma prova de recuperação da doença. A surpresa e indignação do governo português levaram Espanha a recuar e a pedir desculpa a Portugal.
"O próprio Ministério da Saúde (espanhol) já transmitiu que efetivamente, no que diz respeito a deslocações por terra com Portugal, vai-se voltar aonde se estava. Quer dizer, não se vai requerer nenhum tipo de prova, nenhum tipo de protocolo adicional. Pedimos desculpa se gerou alguma confusão", disse esta manhã María Jesús Montero, a porta-voz do governo espanhol após a reunião do Conselho de Ministros.
O Presidente da República, que ontem se tinha mostrado preocupado com as restrições anunciadas por Espanha, diz que ficou "descansado" quando o governo garantiu que a medida ia ser retificada e diz que o problema está ultrapassado.
"Agora vamos em frente. Aquilo que nos une e o que temos de fazer em conjunto é mais importante do que esses pequenos lapsos", disse Marcelo Rebelo de Sousa esta tarde, durante a visita oficial à Madeira.
Também o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, nega qualquer conflito diplomático entre os dois países e o primeiro-ministro, António Costa, fala numa "boa notícia". Diz que "houve um erro, foi corrigido e está ultrapassado".