Cerca de 73% da população já está vacinada contra a covid-19, mas o número de novos casos, internados e mortes é bastante superior em relação há um ano.
Em comparação com agosto de 2020, a incidência em Portugal é quase 10 vezes superior. A subida também se verifica nos internamentos e nas mortes por covid-19, ainda que em proporção inferior.
Estes números são justificados sobretudo pela variante Delta, predominante em Portugal, mas também por um comportamento mais relaxado da população.
Laura Brum, virologista, em entrevista à SIC Notícias, explica que a vacina evita os casos graves de covid-19, "mas o evitar esta questão da doença não evita a infeção", e ou seja "não quebra a transmissão e a infeção".
No entanto, se a vacinação em Portugal não estivesse no ponto em que está hoje e sendo a variante Delta uma "estirpe altamente transmissível", haveria "uma vaga muito superior à de fevereiro, março", considera a virologista.
"Só conseguimos ter números muito controlados para a estirpe que é por causa da questão da vacinação."
Laura Brum defende, porém, que a pandemia só poderá ser controlada "com uma intervenção global". Para a virologista o combate à covid-19 está a ser feito em duas dimensões, por um lado "na Europa e noutros países com um esforço enorme de vacinação", enquanto, por outro existem "regiões do mundo em que a vacinação ainda está muito pouco [avançada]".
Uma das prioridades para o controlo da pandemia, na opinião de Laura Brum, não pode ser apenas a doação de vacinas, mas também a atuação local em países onde a percentagem de população vacinada é muito reduzida.
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