Segundo o relatório de monitorização das linhas vermelhas para a covid-19, do Instituto Nacional Dr. Ricardo Jorge e da Direção-Geral da Saúde, divulgado esta sexta-feira, Portugal regista uma tendência estável a decrescente na pressão sobre os serviços de saúde e na mortalidade por covid-19.
Os internamentos em cuidados intensivos diminuíram 7% nos últimos sete dias. Correspondem agora a "55% valor crítico definido de 255 camas ocupadas" e revelam uma tendência "estável a decrescente" nas últimas semanas, avança o relatório.
A faixa etária com maior número de casos internados em cuidados intensivos é a dos 60 aos 79 anos.
A mortalidade "apresenta uma tendência estável a decrescente", com o registo de 14,6 óbitos em 14 dias por um milhão de habitantes, o que corresponde a um decréscimo de 5% relativamente à semana anterior.
O número de novos casos de covid-19 por 100 000 habitantes, acumulado nos últimos 14 dias, foi de 294 casos, com tendência estável a decrescente a nível nacional. Segundo o relatório, apenas a região do Algarve regista uma incidência superior ao limiar de 480 casos em 14 dias por 100 000 habitantes (635).
A nível nacional, o R(t) apresenta um valor ligeiramente inferior a 1, situando-se nos 0,96. As regiões Norte e Centro, o R(t) apresenta um valor igual ou superior a 1, o que corresponde a uma tendência de incidência estável a crescente.
"O valor médio do R(t) apresenta uma diminuição em todas as regiões do continente à excepção da região Norte, que passou de 1,00 para 1,01. O Centro passou de 1,10 para 1,00, Lisboa e Vale do Tejo de 0,94 para 0,93, o Alentejo de 1,02 para 0,98 e o Algarve de 0,95 para 0,91."
A faixa etária dos 65 ou mais anos registou um ligeiro aumento no número de novas infeções. Nos últimos 14 dias, foi de 127 casos por 100 000 habitantes. O relatório conclui que demonstra uma tendência estável a crescente a nível nacional.
O grupo etário com incidência cumulativa a 14 dias mais elevada correspondeu ao grupo dos 20 aos 29 anos, com 695 casos por 100 000 habitantes. A incidência cumulativa a 14 dias nas pessoas com 80 ou mais anos é de 142 casos por 100 000 habitantes, o "que reflete um risco de infeção inferior ao risco da população em geral".
Letalidade é "três a sete vezes menor nas pessoas com vacinação completa do que nas pessoas não vacinadas"
Desde o início do processo de vacinação contra a covid-19, foram identificados 29.373 casos de infeção por SARS-CoV-2 entre os 6.824.392 indivíduos com esquema vacinal completo há mais de 14 dias, o que representa 0,4% do total de vacinados.
O relatório esclarece que entre as pessoas infetadas, "303 (1,0%) foram internadas com diagnóstico principal de covid-19 e 100 foram internadas com diagnóstico secundário". 59% das pessoas internadas com diagnóstico principal de covid-19 tinham mais de 80 anos.
Entre os casos em pessoas com esquema vacinal completo há mais de 14 dias, registaram-se 309 mortes (1,1 %), das quais 239 (77,3%) em pessoas com mais de 80 anos, refere a DGS e o INSA. No mês de agosto (até 29 de agosto de 2021) ocorreram 96 mortes (50%) em pessoas com um esquema vacinal completo, 63 (40%) em pessoas não vacinadas e 18 (10%) em pessoas com vacinação incompleta.
"A população mais vulnerável encontra-se quase totalmente vacinada, pelo que é esperado que a proporção de casos com esquema vacinal completo no total de óbitos aumente", pode ler-se no relatório.
"As linhas vermelhas" indicam que o risco de morte, que é medido através da letalidade por estado vacinal, é "três a sete vezes menor nas pessoas com vacinação completa do que nas pessoas não vacinadas", de acordo com os dados de julho, mês com os dados consolidados mais recentes.
Nos últimos sete dias verificou-se uma diminuição do número de testes à covid-19, 346.320 contra os 369.637 feitos na semana anterior. A proporção de testes positivos para o SARS-CoV-2 foi de 4%, menos 0,4% em relação aos últimos sete dias.
A variante Delta é a variante dominante em todas as regiões, com uma frequência relativa de 100% dos casos avaliados na semana de 16 a 22 de agosto em Portugal.
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