A Organização Mundial de Saúde (OMS) pede aos Estados-Membros, esta terça-feira, calma e uma resposta racional e proporcional à variante Ómicron do coronavírus que causa a covid-19.
Defende o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, que "a resposta mundial deve ser calma, coordenada e coerente", apelando a todos os Estados-Membros para que adotem "medidas racionais e proporcionais ao risco, conforme o regulamento sanitário internacional".
"Compreendo perfeitamente a preocupação de todos os países em proteger os seus cidadãos contra uma variante que ainda não compreendemos totalmente. Mas estou igualmente preocupado com o facto de vários Estados-membros estarem a introduzir medidas gerais e brutais que não são baseadas em provas nem eficazes por si mesmas e que apenas irão agravar as desigualdades", sustenta, numa sessão de informação sobre a Ómicron, na sede da OMS, em Genebra, na Suíça.
Tedros Adhanom Ghebreyesus diz que a organização que dirige "leva muito a sério" o aparecimento de uma nova estirpe do SARS-CoV-2, que, no entanto, não é uma total surpresa, uma vez que os vírus mudam constantemente.
"É isso o que os vírus fazem" para se adaptarem ao hospedeiro, assinala.
"Quanto mais deixamos que a pandemia se perpetue, ao não impedirmos as desigualdades no acesso às vacinas ou não adotando medidas sociais e de saúde pública de maneira apropriada e consistente, mais daremos a este vírus a possibilidade de ter uma mutação que não podemos prever nem impedir", adverte ainda.
A variante Ómicron, comunicada há cerca de uma semana à OMS pela África do Sul, onde foi inicialmente detetada, já chegou a todos os continentes do mundo - na segunda-feira, Portugal confirmou os primeiros 13 casos.
Apesar das incertezas quanto aos efeitos da nova variante na transmissibilidade da infeção, na severidade da doença e na imunidade, a OMS alertou na segunda-feira para o risco global "muito alto" da Ómicron, pedindo aos Governos que acelerem a vacinação contra a covid-19, em particular das pessoas mais vulneráveis, e reforcem a vigilância.
Numa tentativa de conter a propagação da nova variante, diversos países fecharam fronteiras aos estrangeiros ou suspenderam e restringiram viagens internacionais, em particular para a África Austral, uma decisão condenada pela OMS e pelos países da região.
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