Oito especialistas da Ordem dos Médicos e do Instituto Superior Técnico propõem cinco medidas, num texto publicado no jornal Expresso, para tentar controlar o número de casos de covid-19 em Portugal, principalmente aqueles que são agora associados à variante Ómicron.
Entre as medidas está um novo indicador da avaliação da pandemia, desenvolvimento de antivirais capazes de diminuir os internamentos e a necessidade de criar no país centros para a condição pós-covid-19 para as mais de 100.000 pessoas que continuam com queixas 12 semanas após o diagnóstico da doença.
Os especialistas alertam ainda para a importância da toma de uma dose de reforço.
As medidas propostas:
1.Toma da dose de reforço deve ser acelerada e alargada:
Acelerar e alargar o reforço de vacinação é ideal até duas semanas antes do Natal, sobretudo, aos mais vulneráveis. As festividades associadas a este mês potenciam a transmissão do novo coronavírus devido aos contactos. De acordo com os oito especialistas, as vacinas previnem a infeção, diminuem a transmissão e, sobretudo, evitam as formas graves de doença.
2. Novo indicador da avaliação da pandemia
O indicador apresentado em julho pela Ordem dos Médicos e pelo Instituto Superior Técnico está associado à vacinação, uma ligação que não existe na atual matriz de risco. Esta ausência dificulta a monitorização, comunicação e coerência necessárias à compreensão e envolvimento da população.
3. Desenvolvimento de antivirais
Os medicamentos anticovid-19 começaram a ser desenvolvidos, como é o caso do antiviral molnupiravir, da farmacêutica Merck. Segundo os especialistas é fundamental o acesso em tempo útil aos novos fármacos antivirais e aos anticorpos neutralizantes monoclonais.
4. Centros para a condição pós-covid-19
Os efeitos pós-covid-19 associados afetam pelo menos 10% da população, isto é, mais de 100.000 portugueses. Quase dois anos após os primeiros casos de covid-19 em Portugal, considera-se fulcral a criação de centros de referência para a Condição Pós-covid-19, à semelhança do que já se faz noutros países.
5. Premiar os vacinados
As pessoas vacinadas com a dose de reforço e os assintomáticos podiam tornar-se exceção à testagem. Os especialistas consideram que também não faz sentido manter baixas subsidiadas a 100% por doença ou quarentena em pessoas não vacinadas.
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