As condições dos milhares de pessoas que estão acampadas na fronteira entre a Bielorrússia e a Polónia degradam-se a cada dia que passa. Entre os migrantes estão centenas de crianças.
Ninguém sabe ao certo quantas crianças estão neste acampamento improvisado às portas da União Europeia. As poucas organizações humanitárias no terreno falam em centenas. Fogem da guerra na síria, dos talibã no Afeganistão, da violência no Iraque ou da pobreza em muitos outros pontos do mundo.
A Europa - que representa a possibilidade de um recomeço um lugar melhor - está a do outro lado de uma muralha de arame farpado guardada por 20 mil soldados. Muitos migrantes gastaram tudo o que tinham para aqui chegar. Enquanto as portas estão fechadas, resistem às condições adversas – seja o frio, a falta de bens essenciais ou a longa espera.
A União Europeia ameaça penalizar as companhias aéreas que estão a transportar muitos destes migrantes do Médio Oriente para a Bielorrússia. Pondera também reforçar as sanções contra o regime de Alexander Lukashenck, que acusa de instrumentalizar milhares de vidas vulneráveis para fins políticos. Para as pessoas, não são apresentadas soluções concretas.
Em resposta, o Presidente da Bielorrússia avança com uma nova ameaça: cortar o abastecimento de gás natural da União Europeia.
► Veja mais:
- Tensão na fronteira entre a Polónia e a Bielorrússia: imagens mostram crianças a pedir desculpa
- Conselho de Segurança da ONU reúne-se de urgência para debater crise polaco-bielorrussa
- Bielorrússia ameaça cortar o gás natural que vai para a Europa
- Ministro português diz que ação do regime de Lukashenko na fronteira com a Polónia é "imoral"
- Polónia acusa autoridades bielorrussas de encaminharem migrantes até à fronteira
- Companhias aéreas enganam migrantes e deixam-nos em situação de "fome, frio e sede"
- Milhares de migrantes tentam atravessar fronteira entre Bielorrússia e Polónia