Depois da ameaça de bloquear a passagem de gás natural para a União Europeia, a Bielorrússia diz-se pronta a responder com força a qualquer ataque, e enquanto a tensão diplomática se adensa, a vida de milhares de pessoas que continuam a tentar cruzar a fronteira para a Polónia mantém-se em suspenso, ao mesmo tempo que a Polónia decreta o Estado de Emergência na fronteira com o país de Lukashenko.
Na última semana, a Polónia mobilizou 20 mil soldados para proteger três dos 400 quilómetros de fronteira com a Bielorrússia.
É para essa pequena linha fronteiriça que têm convergido, desde meados de outubro, algumas centenas de migrantes que procuram entrar na União Europeia através da Polónia.
Serão agora perto de 4 mil, entre os quais centenas de crianças a quem as autoridades polacas têm recusado entrada e assistência humanitária.
A União Europeia responsabiliza a Bielorrússia pela situação, por facilitar o acesso à fronteira, e acusa o presidente Alexander Lukashenko de criar uma crise migratória para tentar atingir Bruxelas.
O Governo conservador polaco, pouco sensível ao problema dos refugiados, e um dos quatro países da União Europeia que se recusaram a aceitar cotas de migrantes, decretou o Estado de Emergência nesta linha de três quilómetros.
Por enquanto, a solidariedade de Bruxelas não ultrapassa o muro de arame farpado erguido na fronteira, nem chega a estas famílias concretas, com problemas cada vez maiores.
Esta sexta-feira, ativistas de Organizações Humanitárias polacas juntaram-se para sublinhar a gravidade da situação e exigir o fim do isolamento e do abandono a que foram votadas estas pessoas à porta da União Europeia.
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