Os 37 migrantes resgatados esta quinta-feira pela Marinha Portuguesa, em águas internacionais, já foram sujeitos a perícias de reconhecimento em Portimão.
São 33 adultos e quatro adolescentes, de 16 e 17 anos, homens e rapazes que alegam ser oriundos de Marrocos. Não têm passaportes e apenas alguns têm documentos que atestem quem, alegadamente, são. O SEF já procedeu à recolha de dados biométricos para, com a ajuda da embaixada de Marrocos, ter mais certezas.
À SIC, um dos migrantes adiantou que tinham como destino Espanha, mas acabaram por ficar uma semana à deriva no mar: "Não tínhamos comida, água, nada. Ficámos sem gasolina", conta.
Antes de serem resgatados pela Marinha Portuguesa em águas internacionais, a embarcação que os transportava já tinha sido avistada por um navio mercante, no mesmo local, o que levanta suspeitas. Esta situação deixa no ar a possibilidade de ser uma nova estratégia para entrar na Europa, chegar como náufragos e não como migrantes.
Segundo um especialista em direito do Mar, as autoridade portuguesas terão de avaliar a situação de cada um dos 37 migrantes. Se forem pessoas que podem requer asilo ou estatuto de refugiados, o Estado português não os pode devolver ao país de origem, explica Vasco Becker-Weinberg.
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