O Presidente russo, Vladimir Putin, afirma que o seu país está pronto a ajudar a resolver a crise migratória na fronteira entre a Bielorrússia e a Polónia, segundo declarações prestadas durante uma entrevista transmitida, este domingo, na televisão estatal russa.
"Estamos prontos a ajudar de todas as formas que pudermos, se alguma coisa, evidentemente, depender de nós", diz Putin em declarações ao programa "Moscovo. Kremlin. Putin", que é transmitido semanalmente no canal Rossiya 1, de acordo com as agências oficiais russas.
O chefe do Kremlin diz ter aprendido "com os meios de comunicação social" sobre a situação na fronteira entre a Bielorrússia e a Polónia, onde vários milhares de migrantes, na sua maioria curdos do Iraque e da Síria, estão a tentar entrar na Polónia.
"Nunca discuti este assunto com (o Presidente da Bielorrússia, Alexander) Lukashenko. Só quando esta crise eclodiu é que falámos ao telefone duas vezes", diz.
Reitera, ainda, que a Rússia não está envolvida na situação que surgiu na fronteira bielorrusso-polaca.
"Não temos absolutamente nada a ver com isto, absolutamente nada! Não sei por que há quem fale sobre isso. É simplesmente o desejo de fazer com que outra pessoa leve a culpa", sublinha.
Putin insiste que os países ocidentais são responsáveis pelas crises migratórias, pois eles próprios "criaram as condições para a deslocação de milhares e centenas de milhares de pessoas".
Vários milhares de migrantes, com a intenção de entrar no espaço da União Europeia (UE), estão bloqueados há vários dias junto à fronteira da Bielorrússia com a Polónia.
Esta crise migratória levou já o Iraque a suspender os voos diretos para Minsk, uma decisão que foi seguida pela companhia aérea síria.
Também na sexta-feira, a aviação civil turca anunciou que os cidadãos do Iraque, Síria e Iémen não poderão voar dos aeroportos turcos para a Bielorrússia devido à situação na zona fronteiriça.
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