Quatro países europeus reuniram-se de emergência em Calais, este domingo, para debaterem a crise migratória no Canal da Mancha, num momento em que, apesar da tragédia da última quarta-feira, centenas de pessoas continuam a arriscar a travessia.
Só o desespero de quem foge da miséria leva pais e mães a entregar ao destino o mais importante que têm.
Grande parte tem fintado a morte graças ao trabalho de dezenas de voluntários.
Além de alimentos, as ONGs oferecem postos de carregamento, fundamentais para manter a comunicação com familiares e com os traficantes
que organizam as travessias.
Um lugar num bote de borracha pode custar quase 3 mil euros.
Entre as centenas que tentam cruzar o estreito que separa França do Reino Unido, há vários menores desacompanhados.
Esperam o melhor momento para se lançarem às águas geladas, mesmo sabendo que há poucas hipóteses de escapar com vida.
Só este ano, mais de 23 mil pessoas entraram de forma ilegal no Reino Unido depois de cruzarem o Canal da Mancha.
Reunião de emergência em Calais
Na última quarta-feira, uma travessia falhada acabou na morte de 27 migrantes.
Este domingo, reuniram-se em Calais os Governos de França, Bélgica, Alemanha e Países Baixos.
Os quatro Estados pretendem encontrar uma resposta comunitária de combate às redes que promovem a imigração ilegal.
Apesar dos esforços, a tragédia da última semana não está a dissuadir quem acredita já não ter nada a perder, fugindo à pobreza, à miséria e à guerra nos países de origem.
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