O antigo presidente e candidato Luiz Inácio Lula da Silva mostrou-se confiante numa vitória nas eleições brasileiras e disse que a segunda volta será apenas uma "prorrogação".
"Sempre achei que nós iríamos ganhar as eleições e nós vamos ganhar as eleições. Isto para nós é apenas uma prorrogação", afirmou numa conferência de imprensa em São Paulo após a divulgação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que indicou uma disputa entre ele e o atual Presidente, Jair Bolsonaro.
O ex-presidente disse acreditar que nada acontece por acaso e afirmou que durante toda a campanha esteve à frente nas sondagens.
"Para desgraça de alguns tenho mais 30 dias para ir para a rua. Adoro fazer campanha, adoro fazer comício" e "vai ser importante porque será a chance de fazermos um debate com o Presidente da República. Acho que é uma segunda chance que o Bolsonaro me dá", afirmou, adotando um tom confiante.
"A luta continua até à vitória final", acrescentou, recomendando aos apoiantes, entre sorrisos, a data da segunda volta: "É dia 30, não esqueçam".
“Vai ser bom, vamos poder ter um tête-à-tête”
“Durante toda a campanha a gente esteve na frente”, isso mesmo indicaram as sondagens, mas vincou Lula "sempre achei que ia ganhar estas eleições, e vamos ganhar. Isto [a segunda volta] para nós é apenas uma prorrogação"
"Vai ser bom, vai ser a primeira vez que vamos poder fazer um tête-à-tête, é um segunda chance que o povo me dá. Vamos deixar o segundo turno para a gente poder fazer comparações do Brasil que ele [Bolsonaro] construiu e que nós construímos. Começo amanhã a fazer campanha", disse, pedindo desculpa aos jornalistas mas “vão ter de continuar a trabalhar” por mais uns dias.
Também à mulher, Lula pediu desculpa por não poder gozar uns dias de folga. “Se ganhasse ia fazer uma pequena lua de mel” de três dias, “assim vamos esperar” e pode ser que no dia 30 de outubro “eu ganhe de presente de (aniversário] a vitória”.
O ex-presidente brasileiro liderou as sondagens com uma margem relevante e parecia ter hipóteses de vencer na primeira volta, mas os números divulgados pelos principais institutos de pesquisa no país não se confirmaram nas urnas e a diferença entre Lula e Bolsonaro ficou em cerca de 4,5 pontos percentuais.
Lula da Silva terminou com pouco mais de 48% dos votos enquanto as sondagens do DataFolha e o Ipec indicavam, respetivamente, que o candidato tinha entre 50% e 51%. Já a votação de Bolsonaro ficou muito acima do que indicavam os mesmos estudos, que lhe davam entre 36% e 35%, mas terminou com pouco mais de 43% dos votos válidos.