Eleições no Brasil

Primeira-dama do Brasil visita venezuelanas que Bolsonaro disse serem prostitutas

Primeira-dama do Brasil visita venezuelanas que Bolsonaro disse serem prostitutas
BRUNO KELLY/ REUTERS

Michelle Bolsonaro e a senadora aliada Damares Alves reuniram-se secretamente com lideranças comunitárias do projeto social que acolhe menores venezuelanos.

A primeira-dama do Brasil, Michelle Bolsonaro, e a senadora eleita Damares Alves reuniram-se secretamente com lideranças comunitárias do projeto social que atende menores venezuelanos que o Presidente, Jair Bolsonaro, disse serem prostitutas.

O encontro aconteceu na tarde de segunda-feira na casa de uma religiosa no Lago Sul, em Brasília, depois de vários dias em que a primeira-dama e a senadora insistiram em reunir-se com as jovens para tentar esclarecer aquelas as palavras de Bolsonaro e mitigar os danos causados.

As meninas teriam manifestado relutância em receber a esposa e aliada do Presidente até que a pressão de Maria Teresa Belandria, representante em Brasília do líder da oposição venezuelana, Juan Guaidó, se efetivasse.

Durante a reunião, refere o jornal O Globo, as lideranças comunitárias com quem se encontraram Michelle Bolsonaro, Alves e Belandria entenderam que houve um suposto mal-entendido.

"Pintou um clima": palavras de Bolsonaro geram onda de indignação

Na última sexta-feira, ao participar de um podcast, Bolsonaro usou a expressão brasileira "pintando um clima" - com a qual se pretende indicar que há desejo por algo – pada dizer que estava presenciando um caso de exploração sexual de algumas meninas venezuelanas em Brasília.

Ao falar sobre um dos temas recorrentes de sua campanha, que o Brasil se tornaria a Venezuela se o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva vencer as eleições, Bolsonaro contou como depois de ver um grupo de "meninas bonitas, de 14 ou 15 anos", pediu para entrar na sua casa, onde se deparou com vinte delas "todas bem vestidas" para, segundo ele, "ganhar a vida”, expressão que alude a prostituição.

Desde que o trecho da entrevista foi divulgado, houve uma pequena crise de campanha dentro da equipa de Bolsonaro, que chegou a lançar uma série de ações de campanha, enfatizando que o Presidente não é pedófilo.

A ocasião foi aproveitada pela candidatura do ex-presidente Lula, que publicou o vídeo das declarações que depois teve de retirar por ordem do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), considerando-as fora de contexto.

A decisão foi tomada pelo presidente do tribunal, juiz Alexandre de Moraes, aliado inesperado de Bolsonaro, que já o chamou de “canalha”.

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