O chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, apelou esta sexta-feira ao respeito pelos processos eleitorais e ao bom funcionamento das instituições democráticas, em vésperas da segunda volta das presidenciais no Brasil, que se realizam este domingo.
A imprensa argentina noticia esta sexta-feira que Jair Bolsonaro estará a preparar terreno para impugnar o resultado eleitoral, caso não vença as eleições presidenciais. O “Clarín” refere que muitos no Brasil temem que Bolsonaro se inspire noutras “experiências tumultuosas”, especialmente na dos Estados Unidos.
Também o "La Nación" publicou uma reportagem sobre a possibilidade de Bolsonaro incentivar um tumulto após as eleições.
Em Buenos Aires, capital da Argentina, no final de uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE e da Comunidade de Estados Latino-americanos e do Caribe (CELEAC), Borrell salientou, citado pela EFE, que "nestes dias em que a região vive processos eleitorais importantes e em que ainda estamos a sofrer as consequências da pandemia [da covid-19] e da guerra [lançada pela Rússia contra a Ucrânia], quero fazer um apelo ao bom funcionamento das instituições democráticas".
O Alto Representante para a Política Externa da UE adiantou também que as instituições políticas "são o garante dos processos eleitorais", não devendo ser postas em questão e salientando haver a obrigação de "aceitar os resultados".
A campanha eleitoral do Presidente Jair Bolsonaro, que tenta a realização, tem insinuado a existência de favorecimento à candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Lula da Silva venceu a primeira volta das eleições com 48,4% dos votos e Bolsonaro recebeu 43,2%, pelo que os dois candidatos terão de se enfrentar numa segunda volta marcada para 30 de outubro.
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Derradeiro debate
Bolsonaro e Lula da Silva fazem esta sexta-feira o último debate antes do segundo turno das eleições.
O frente a frente acontece no limite do prazo permitido pelo Tribunal Superior Eleitoral para debates entre candidatos no rádio e na televisão, que não podem ultrapassar a meia-noite.
Os candidatos devem, assim, dedicar o último dia de campanha à preparação do debate, na Rede Globo.