Vivo nos Estados Unidos há 7 anos. Cheguei em outubro de 2013, quando o Presidente era o Barack Obama e o vice-presidente Biden. Em Portugal, tinha a ideia que os Estados Unidos eram um país acolhedor e extremamente unido em relação à política interna e externa, liderado por Barack Obama, e pude comprovar isso mesmo quando aqui cheguei.
Entretanto, Donald Trump foi eleito Presidente e desde essas eleições os Estados Unidos da América mudaram muito. Os primeiros meses do seu mandato foram marcados por vários escândalos e investigações sobre a maneira como foi eleito. Trump dissolveu o Tratado de Paris o que se está a revelar um fracasso na gestão ambiental.
Quanto aos aliados na Europa, pôs em causa a relação fraterna que existia entre o Atlântico e tornou-se em mais uma das políticas falhadas.
Hoje, consto que Trump não tem um programa político coeso para os próximos 4 anos.
Sobre Biden, discute-se muito aqui nos Estados Unidos, a sua idade avançada. No meu ponto de vista, Kamalla Harris é o ponto forte dos Democratas nestas eleições.
Se eleições tivessem sido em Fevereiro, Trump não teria tido dificuldade para se reeleger: a economia estava forte, os americanos estavam a apoiar a guerra comercial que se tinha declarado à China, Bolsa estava em alta e a taxa de desemprego em nível historicamente baixos.
No entanto, o aparecimento do Covid 19 veio mudar completamente este panorama.
A forma como Donald Trump conduziu esta situação veio a revelar falta de preparação e descaso para lidar com a atualidade Mundial.
A nível eleitoral discute-se o uso da máscara como sendo uma arma política. Biden é um defensor do uso e Trump deixa o seu uso ao critério de cada cidadão.
Sinto um enorme receio a partir do dia 3 de novembro e preocupa-me se houver uma derrota de Trump. Os grupos supremacistas brancos não vāo aceitar a derrota facilmente.
Assisto hoje à preocupação dos meus filhos de 10 e 8 anos em relação aos políticos que nos governam aqui nos Estados Unidos, algo impensável para mim, quando tinha a idade deles.
Espero que haja uma mudança de políticas ambientais e económicas para que o Mundo possa olhar para os Estados Unidos como um aliado e não como um inimigo. Neste momento, o país precisa de um presidente apaziguador pois o futuro não se avizinha fácil, após o ato eleitoral.
Sem querer fazer comparações com Portugal, talvez seja uma oportunidade de os americanos elegerem um presidente de afetos pois, neste último ano, os cidadãos encontraram-se divididos.
Dia 3 de Novembro veremos qual será o rumo do país.
Acompanhe o especial Eleições nos EUA para mais informações.
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