Cerca de 5.400 cidadãos nacionais votaram antecipadamente no estrangeiro para as eleições presidenciais, o número mais elevado de há registo segundo dados preliminares divulgados esta terça-feira pelo Governo.
Em comunicado, os ministérios dos Negócios Estrangeiros, da Defesa Nacional e da Administração Interna adiantam que a votação decorreu entre os dias 12 e 14 de janeiro, em 115 postos da rede consular portuguesa localizados em 73 países.
"Daquele total, mais de 400 correspondem a votos expressos pelas forças militares e forças de segurança destacadas em vários teatros de operação no Mundo, incluindo no Afeganistão e República Centro-Africana", é referido na nota.
Os ministérios sublinham que naquele período foi assinalado um aumento significativo do número de cidadãos que exerceram o voto antecipado no estrangeiro, comparativamente com os dados verificados nos últimos atos eleitorais, designadamente para o Parlamento Europeu (844) e Assembleia da República (4.413), ambos em 2019.
O voto antecipado no estrangeiro, segundo o MNE, é dirigido aos cidadãos recenseados em território nacional, mas temporariamente deslocados no estrangeiro desde que estejam no estrangeiro por inerência do exercício de funções públicas e por exercício de funções privadas.
Podem também fazê-lo os cidadãos deslocados no estrangeiro em representação oficial de seleção nacional, organizada por federação desportiva dotada de estatuto de utilidade pública desportiva e enquanto estudantes, investigadores, docentes e bolseiros de investigação deslocados no estrangeiro em instituições de ensino superior, unidades de investigação ou equiparadas reconhecidas pelo ministério competente.
Igualmente podem fazê-lo doentes em tratamento no estrangeiro e seus acompanhantes.
Os ministérios recordam na nota que o direito de voto é exercido presencialmente e diretamente pelos eleitores, nos termos da Lei Eleitoral do Presidente da República e da Constituição da República Portuguesa.
Eleição nos dias 23 e 24 em 150 serviços consulares
No estrangeiro, a eleição decorre nos dias 23 e 24 de janeiro, podendo votar os cidadãos portugueses que residem fora de Portugal e que estão recenseados na Comissão Recenseadora (CR) da sua área de residência (correspondente à morada constante do Cartão de Cidadão).
Esta eleição no estrangeiro terá cerca de 170 mesas de voto em 150 serviços consulares, número que representa um aumento de perto de 30% relativamente ao número de mesas de voto constituídas em 2016 (121).
As eleições presidenciais, que se realizam em plena epidemia de covid-19, estão marcadas para 24 de janeiro e esta é a 10.ª vez que os portugueses são chamados a escolher o Presidente da República em democracia, desde 1976.
Concorrem às eleições sete candidatos, Marisa Matias (apoiada pelo Bloco de Esquerda), Marcelo Rebelo de Sousa (PSD e CDS/PP) Tiago Mayan Gonçalves (Iniciativa Liberal), André Ventura (Chega), Vitorino Silva, mais conhecido por Tino de Rans, João Ferreira (PCP e PEV) e a militante do PS Ana Gomes (PAN e Livre).
Boletim de voto pode induzir eleitores em erro
O boletim de voto para as eleições Presidenciais deste ano pode induzir alguns eleitores em erro. O primeiro nome que aparece é o de Eduardo Baptista, que não está na corrida a Belém. Votar no militar é por isso o equivalente a votar nulo.

RODRIGO ANTUNES
Arranca a recolha de votos em lares e de eleitores em confinamento
Os votos para as eleições presidenciais dos quase 13 mil idosos em lares e pessoas em confinamento devido à covid-19 que se inscreveram para votar antecipadamente começam esta terça-feira a ser recolhidos por todo o país.
No total, são 12.906 pessoas, entre idosos em lares e pessoas em confinamento obrigatório por estarem infetadas com o coronavírus SARS-CoV-2, que vão poder votar sem sair à rua entre hoje e quarta-feira, segundo dados do Ministério da Administração Interna.
O trabalho de recolher o boletim destes eleitores vai ser feito, porta a porta, por equipas montadas pelas autarquias, devidamente equipadas e com regras sanitárias estritas.
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