A escassez de alimentos começou no início da ofensiva, mas agravou-se em março quando Israel impôs um bloqueio total na entrada de ajuda.
“Estamos mortos há cinco meses, vivos, mas mortos, e ninguém se importa connosco.”
A pressão global levou Israel a agir. Desde domingo está a permitir a entrada limitada de assistência por terra e ar, num ligeiro alívio que a ONU descreve como uma “gota de água”.
“Ainda não estamos a receber os volumes de ajuda humanitária necessários”, afirmou Ross Smith, diretor de emergências do Programa Alimentar Mundial da ONU.
E é por isso que a fome, diz a ONU, está a espalhar-se pelo território. Israel não acredita, fala em campanha de difamação e deixa um aviso.
“Estabelecer um Estado palestino hoje é estabelecer um Estado do Hamas. Um Estado jihadista. Isso não vai acontecer”, garantiu o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Gideon Saar.
Posições diferentes têm países como França, que deverá anunciar em setembro na sede da ONU o reconhecimento do estado da Palestina. O Reino Unido admite fazer o mesmo, mas apenas se vir cumpridas algumas condições, entre elas a libertação dos reféns pelo Hamas e o fim da ofensiva israelita.
Enquanto que a comunidade internacional se debate com o assunto, Benjamim Netanyahu já sabe o que quer fazer. De acordo com o jornal israelita Haaretz, tem um plano ambicioso para acabar com a guerra: anexar partes de Gaza, caso o Hamas não aceite nova proposta de cessar-fogo e a rendição imediata.