As forças de segurança russas detiveram já mais de 1.000 pessoas nos protestos contra a mobilização parcial de reservistas para combater na Ucrânia e o número de detenções está a aumentar rapidamente.
Foram detidas pessoas em Moscovo, São Petersburgo, Yekaterimburgo, Perm, Ufa, Krasnoyarsk, Cheliabinsk, Irkutsk, Novosibirsk, Yakutsk, Ulan-Ude, Arkhangelsk, Korolev, Voronezh, Zheleznogorsk, Izhevsk, Tomsk, Salavat, Tiumen, Volgogrado, Petrozavodsk, Samara, Surgut, Smolensk, Belgorod e outras cidades.
O Ministério Público de Moscovo advertiu de que punirá com até 15 anos de prisão a organização que convocou os protestos e a participação em ações ilegais.
Também será punida administrativa ou criminalmente a difusão de convocatórias para participar em ações ilegais ou para realizar outros atos ilegais nas redes sociais, bem como fazer apelos a menores de idade para participarem em atos ilegais.
No centro de Moscovo, as detenções por parte da polícia antimotim começaram assim que o protesto começou.
Os manifestantes gritavam "Não à guerra", entre aplausos, e "Putin para as trincheiras".
Um manifestante com um cartaz de protesto foi detido logo a seguir pelos agentes policiais, que o arrastaram dali para fora, enquanto outros manifestantes gritavam "A polícia é a vergonha da Rússia".
"Por que é que estão a fazer isto se vocês, amanhã mesmo, também vão ser mandados para a guerra da Ucrânia?", perguntaram alguns a agentes das forças de segurança.
"Morrer por quê, por causa de quê?", acrescentaram.
Entre as palavras-de-ordem, também se ouvia "Vida para os nossos filhos", numa referência às declarações do chefe da comissão de Defesa da Duma ou Câmara de Deputados, Andrei Kartapolov, de que os primeiros mobilizados serão suboficiais na reserva com menos de 35 anos e oficiais com menos de 45 anos.
Os cidadãos tentaram formar cadeias humanas para impedir as detenções, enquanto os polícias criavam cordões para impedir a passagem dos manifestantes.
Putin mobiliza reservistas para a guerra
O decreto de Putin estipulou que o número de pessoas convocadas para o serviço militar ativo seria determinado pelo Ministério da Defesa, e o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, disse numa entrevista televisiva que 300.000 reservistas com experiência relevante de combate e serviço serão inicialmente mobilizados.
Além da convocação de protestos, a Rússia tem também assistido a um acentuado êxodo de cidadãos desde que Putin ordenou que o exército invadisse a Ucrânia, há quase sete meses.
No discurso que proferiu ao país, em que anunciou uma mobilização parcial dos reservistas, o Presidente russo também fez uma ameaça nuclear velada aos inimigos russos do Ocidente.