1 – AVANÇO UCRANIANO DE PELO MENOS 30 QUILÓMETROS EM KHERSON
Indiferente ao aumento de ameaças do Kremlin, a Ucrânia está a conseguir conquistar territórios no leste e a sul — Kherson poderá cair em breve. Zelensky diz que o exército ucraniano reconquistou três aldeias em Kherson: Novovoskressenské, Novogrygorivka e Petropavlivka, assegurando que a contraofensiva do exército ucraniano irá continuar.
Zelensky referiu também que o exército ucraniano derrubou seis drones de fabrico iraniano. No nordeste, no oblast de Kharkiv, a Ucrânia consolidou uma área substancial de território a leste do rio Oskil. Tropas ucranianas foram recebidas com flores na aldeia libertada de Bohuslavka, na região de Kharkiv.
Os mapas fornecidos pelo Ministério da Defesa russo mostram retiradas rápidas das forças de invasão de áreas no leste e sul da Ucrânia, onde estão sob forte pressão da contraofensiva ucraniana. Tropas russas reconhecem "enormes perdas": “O inimigo não pára de tentar romper a nossa linha de defesa”.
No campo de batalha as forças ucranianas continuaram a fazer progressos significativos à volta da recém-conquistada cidade de Lyman, na região de Donetsk. O último relatório do “Institute for the Study of War” cita fontes russas para apontar que os soldados de Kiev estão a avançar em direção a Kreminna, em Luhansk – onde estão parte das tropas russas que perderam o controlo de Lyman na semana passada. Até as forças militares de elite da Rússia estão a ficar cada vez mais degradadas à medida que a guerra continua.
2 - RÚSSIA ESTÁ A TENTAR ESTABELECER UMA “FRONTEIRA ESTATAL” NA LINHA DE CONTROLO NA REGIÃO DE ZAPORÍJIA
O número de pessoas que atravessam o território ocupado pela Rússia através do posto de controlo de Vasylivka passou de vários milhares por dia, na semana passada – antes das alegadas anexações da Rússia –, para apenas algumas neste momento, de acordo com o Governo ucraniano, que diz que a passagem está fechada. || Zaporíjia é uma das quatro províncias na Ucrânia que a Rússia afirma ter anexado.
Os russos bombardearam Zaporíjia na madrugada de quarta para quinta-feira, num balanço de pelo menos dois mortos.
3 – PUTIN ASSINA DECRETO DE ANEXAÇÃO DA CENTRAL DE ZAPORÍJIA NA FEDERAÇÃO RUSSA
O presidente russo assinou um decreto a dar ordem ao Governo para tomar o controlo da central nuclear de Zaporijia que por este ato passa a ser considerada “território federal”. A unidade tem sido controlada pelas tropas russas, mas até agora estava a ser operada pelos funcionários da empresa de energia ucraniana.
A central tem sido um campo de batalha entre os dois exércitos está parada na sequência dos receios de um incidente nuclear. E fica numa das quatro regiões da Ucrânia que foram anexadas à revelia das instâncias internacionais pelo regime russo. “A central nuclear de Zaporijia está agora em território da Federação Russa, e como tal deve operar debaixo da supervisão das nossas agências”, de acordo com notícia da agência russa RIA que cita um dirigente do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Em reação, o diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, anunciou a sua partida imediata, de urgência, para Kiev para “discutir o estabelecimento de uma zona de proteção” à volta da central nuclear ucraniana em Zaporíjia, a maior da Europa.
4 – POLÓNIA PEDIU AOS EUA PARA INSTALAR ARMAS NUCELARES NO SEU TERRITÓRIO
A Polónia disse ter pedido aos Estados Unidos para terem armas nucleares em território polaco, face ao crescente receio de que Putin possa vir a utilizar armas nucleares na guerra. o pedido do presidente polaco, Andrzej Duda, terá sobretudo um significado simbólico por causa da proximidade geográfica ao território russa, pois pode tornar a situação mais vulnerável. O pedido não foi confirmado pelas autoridades norte-americanas.
5 – RÚSSIA AUMENTARÁ A PRODUÇÃO DE CEREAIS EM CINCO MILHÕES DE TONELADAS DEVIDO À ANEXAÇÃO DE TERRITÓRIOS UCRANIANOS
Por causa da guerra, a Ucrânia deverá enfrentar uma quebra de 30% a 40% face à campanha anterior, em termos de área semeada. Quanto à Rússia, a sua campanha de cereais deve aumentar cinco milhões de toneladas por ano graças à incorporação de quatro territórios ucranianos, disse o ministro da Agricultura, Dmitry Patrushev. As regiões de Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhzhia e representam cerca de 18% do território ucraniano. Apesar deste aumento da produção anunciado pela Rússia, o Ministério da Agricultura daquele país já admitiu que pode não atingir a colheita esperada de 130 milhões de toneladas de cereais este ano, sobretudo devido ao impacto das alterações climáticas e à falta de peças de reposição para equipamentos agrícolas comprados a países terceiros e que, por isso, pode ter de rever os seus planos de exportação de 50 milhões de toneladas.
6 – NOVA ORDEM EUROPEIA SEM A RÚSSIA
A Comunidade Política Europeia reuniu pela primeira vez no Castelo de Praga, juntando os 27 da UE mais 17 países europeus extra-comunitários (ou seja todos os países da Europa com exceção de Rússia e Bielorrússia).
A ideia foi lançada pelo Presidente Macron no Dia da Europa: visa isolar ainda mais a Rússia e reforçar apoio a Ucrânia – basta dizer que em Praga também esteve presente a Turquia.
Muitos olham para este novo espaço supra-europeu como uma via que reaproxima UE e Reino Unido pós-brexit, juntos e unidos por valores comuns, como o da travagem do agressor russo e do combate pelos valores democráticos. Serve também para gerir tensões e expectativas dos países Balcãs ocidentais e parceria oriental que pretendem aderir a UE mas viram Ucrânia “passar à frente” na fila da adesão.
Segurança comum, ameaça e sanções à Rússia, energia, inflação, gás são os temas fortes, numa espécie de aperitivo ao que irá acontecer esta sexta no Conselho Europeu informal.
7 – AJUDA MILITAR DOS EUA À UCRÂNIA ESTÁ A ACELERAR A POSSIBILIDADE DE UM “CONFLITO MILITAR DIRETO” ENTRE A RÚSSIA E A NATO, DIZ DIPLOMARA RUSSO
"Os EUA continuam a injetar mais armas na Ucrânia, facilitando a participação direta dos seus combatentes e conselheiros no conflito", disse Konstantin Vorontsov, chefe da delegação russa na Comissão de Desarmamento das Nações Unidas, no Primeiro Comitê da Assembleia Geral da ONU. “Isso não apenas prolonga os combates, mas também aproxima a situação de uma linha perigosa de confronto militar direto entre a Rússia e a NATO”.
Os crescentes problemas do Presidente russo tornam “mais provável” o uso de armas nucleares táticas, disse à Sky News John Bolton, um especialista norte-americano. O ex-conselheiro de segurança nacional dos EUA e embaixador das Nações Unidas considera que Vladimir Putin está “com maiores dificuldades agora do que em qualquer outra altura da invasão”.
Kiev está a distribuir comprimidos de iodeto de potássio para eventual ataque nuclear, em centros de alojamento temporário, preparando a resposta na eventualidade de um ataque nuclear na capital ucraniana. Os comprimidos serão distribuídos pelos moradores, caso seja necessário avançar para a evacuação de zonas da capital. O objetivo é que os comprimidos ajudem a bloquear a absorção da radiação nociva pela tiróide e devem ser tomadas imediatamente antes ou depois da exposição à radiação nuclear. Ainda assim, os EUA não veem quaisquer sinais de que a Rússia esteja a preparar-se para usar armas nucleares.
8 – ZELENSKY AGRADECE A BIDEN EM “DEFESA CONTÍNUA E APOIO FINANCEIRO”
Zelensky agradeceu ao Presidente dos EUA pela “defesa contínua e apoio financeiro”; revelou em comunicado que os dois lados discutiram “sanções adicionais (e) a situação no campo de batalha”. O Presidente ucraniano escreveu: “Sou grato ao Presidente dos Estados Unidos e a todo o povo norte-americano pela contínua defesa e apoio financeiro... Fiquei satisfeito ao ouvir as palavras do Presidente Biden de que os nossos militares inspiram o mundo inteiro, de que o nosso povo inspira o mundo inteiro. O Presidente norte-americano, Joe Biden, informou o seu homólogo ucraniano da concessão de um novo pacote de ajuda militar de 625 milhões de dólares (627,3 milhões de euros). A assistência dos EUA inclui sistemas de foguetes de artilharia de alta mobilidade (HIMARS), que têm longo alcance, assim como armamento, munições e veículos blindados.
Foi entretanto alcançado acordo político entre países da UE para novo pacote de sanções à Rússia: Os Estados-membros da União Europeia (UE) chegaram a acordo político sobre novas sanções à Rússia pela invasão da Ucrânia, um oitavo pacote que deverá entrar em vigor na quinta-feira como "forte resposta" à anexação de territórios ucranianos.
9 – MARINHA BRITÂNICA ENVIA NAVIO DE PATRULHA PARA O MAR BÁLTICO
Depois dos mais recentes ataques aos gasodutos russos, o Ministério da Defesa britânico diz que o objetivo é proteger os que vivem perto dos gasodutos. Ben Wallace acrescentou que a fragata está a trabalhar com a marinha norueguesa para “tranquilizar os que trabalham perto dos gasodutos”. O ministro acrescentou ainda que o Reino Unido planeia reforçar a frota com dois navios especializados que permitam a país proteger-se contra futuro ataques aos gasodutos ou cabos que fornecem serviços de internet ao país.
10 - ECONOMIA UCRANIANA DEVE CONTRAIR 35%
A economia da Ucrânia deve contrair 35%, informou o Banco Mundial. A instituição internacional descreveu a economia da Ucrânia como “marcada pela destruição da capacidade produtiva, danos às terras agrícolas e redução da oferta de mão-de-obra”, na atualização económica para a Europa e a Ásia Central.O Banco Mundial também estimou que mais de 14 milhões de pessoas foram deslocadas pela guerra.