Guerra Rússia-Ucrânia

Biden alerta que ataque nuclear russo seria "erro extremamente grave"

O Presidente dos EUA reagia à troca de acusações entre Moscovo e Kiev sobre a “bomba suja”.

Biden alerta que ataque nuclear russo seria "erro extremamente grave"
Evan Vucci

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, alertou esta terça-feira que o uso da arma nuclear pela Rússia seria um "erro extremamente grave", enquanto Moscovo afirma que Kiev está a preparar uma "bomba suja", uma afirmação negada pelo Ocidente.

"A Rússia estaria a cometer um erro extremamente grave se usasse uma arma nuclear tática", advertiu o chefe de Estado norte-americano.

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Uma bomba radiológica ou "bomba suja" consiste em explosivos convencionais envoltos por materiais radioativos destinados a serem espalhados através de pó no momento da explosão.

"Não garanto, no momento, que seja uma operação de pretexto. Não sabemos", indicou Biden.

Moscovo evocou pela primeira vez as acusações no domingo em conversas telefónicas realizadas entre o ministro da Defesa russo, Serguei Choigu, com homólogos norte-americanos, franceses, britânicos e turcos, referindo-se a "possíveis provocações da Ucrânia com recurso a uma 'bomba suja'".

Juntos, Paris, Londres e Washington criticaram segunda-feira as declarações "falsas" de Moscovo.

O Conselho de Segurança da ONU debateu esta terça-feira à porta fechada as acusações da Rússia, que afirma que a Ucrânia fabricou uma "bomba suja", alegações rejeitadas por Kiev e pelo Ocidente.

O debate foi pedido pela Rússia, cujo embaixador, Vassili Nebenzia, enviou uma carta ao Conselho de Segurança e ao secretário-geral da ONU, António Guterres, em que insiste nas acusações à Ucrânia.

No final, o embaixador britânico junto da ONU, James Kariuki, disse esta terça-feira que as alegações russas de desenvolvimento pela Ucrânia de 'bombas sujas' são apenas um novo capítulo na prolongada desinformação e propaganda Rússia.

Após uma reunião à porta fechada no Conselho de Segurança para debater as acusações russas, o diplomata do Reino Unido apresentou à imprensa alguns dos detalhes do encontro, indicando que ele, juntamente com os representes da França e dos Estados Unidos na ONU, "foram claros nas suas posições de que tudo não passam de alegações falsas" de Moscovo.

"São alegações falsas. Desinformação como a que vimos antes. Não foi apresentada nenhuma prova. A Ucrânia tem sido clara de que não tem nada a esconder e inspetores da Organização Internacional de Energia Atómica (OIEA) estão a caminho", disse Kariuki.